À semelhança de outras direcções de outros institutos de ensino superior do país (ver aqui), o presidente do IPV resolveu seguir o caminho mais directo para acabar com as praxes - proibi-las. Outras direcções tiveram outras atitudes, mais ou menos tímidas - aqui e aqui.
No ano passado algo semelhante já tinha acontecido - no IS Técnico, por exemplo.
Instituto Politécnico de Viseu proíbe as praxes académicas
Decisão motivada pelas recomendações do ministro da Ciência e Tecnologia
IOL Diário, 11.Nov.09
O presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), Fernando Sebastião, proibiu as praxes académicas nos edifícios e espaços envolventes das escolas da instituição para não «dar facilidades» aos alunos para cumprirem esta tradição, refere a Lusa.
A decisão, que consta num despacho de 30 de Outubro, prendeu-se «com as recomendações do ministro [da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior) e com o impacto negativo para a imagem do instituto» que tiveram notícias recentes sobre a existência de alegados «negócios lucrativos» de membros do Conselho de Viriato com os bares para onde levam os caloiros, justificou à Agência Lusa Fernando Sebastião.
«O ministro recomendou que não fossem dadas facilidades relativamente às actividades de praxe e avisou que, se houver denúncia de humilhação dos alunos, comunicará ao Ministério Público. Ora, se permitirmos as actividades, estamos a facilitá-las», considerou, aludindo à mensagem enviada por Mariano Gago aos responsáveis máximos das universidades públicas e privadas e dos politécnicos.
Fernando Sebastião admitiu que, na sua decisão, pesou a denúncia anónima que apontou o dedo a elementos do Conselho de Viriato (nomeadamente à sua presidente), que estariam a lucrar à conta dos caloiros e que levou mesmo a Associação Académica a suspender a praxe.
«A única medida que eu podia tomar era não autorizar as actividades de praxe», frisou.
No que respeita a este assunto, contou que o ministro lhe enviou «cópias de recortes das notícias de jornais» e «mostrou preocupação pela situação». «Acho que depois de tudo isto os dirigentes associativos estão preocupados com a situação e não querem abusos, nem que a academia esteja na praça pública por maus motivos», considerou, contando que houve quem não tivesse gostado da sua decisão e quem achasse que «já devia ter sido tomada há mais tempo».
O presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico de Viseu, Rafael Guimarães, escusou-se a dizer se concorda ou não com o despacho de Fernando Sebastião.
«Já havia algumas escolas que proibiam a prática de praxe, nomeadamente a Superior de Tecnologia e a de Tecnologia e Gestão de Lamego. Foi uma questão de estender isso às restantes escolas do Politécnico», disse apenas, disposto a dar o assunto das praxes por encerrado.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Mais uma direcção proibe as praxes dentro do perímetro do seu estabelecimento... (comercial?)
Publicada por m.a.t.a. em quinta-feira, novembro 12, 2009
Etiquetas: direcções universitárias, praxe
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8 comentários:
Acho um piadão não a proibição das praxes, mas o recordar-me dos comentários de certas pessoas a favor delas que falavam de que a proibição num instituto não era algo ao qual outros aderissem, e entretanto.. Isto, enquanto, claro, tentam desacreditar o MATA e falam de como a proibição das praxes nunca iria acontecer.
A minha alegria é eu não ter votado no P.S...
O P.S. ofende-me, ofende a minha inteligência e principlamente, ofende o meu princípio de libertarianismo conservador...
A minha alegria é ter a certeza que durará apenas 180 dias e 180 noites, depois cairá em desgraça.
As tradições, por mais estúpidas que pareçam, são importantes!
Hoje acabam com a praxe, amanhã esse ignóbil ministro vaia acabar com o que? Com os pauliteiros? Já agora...
Pois é, é matando as tradições que vamos criar uma Europa mais igual.
Ai!................. a esquizofrenia e a demagogia e a ..... toda que que se há nas cabeças de algumas pessoas. Vale a pena responder a este último comentário? alguém tem paciência? Hoje eu não...
Mas devo dizer-te, Manuel, libertarianismo conservador é um conceito fabuloso. É da tua autoria?
O problema não está em manter tradições que pareçam estúpidas, mas aquelas que realmente são.
Eu também não estou com paciência para grandes respostas, até porque o post fala por si :)
Caro Ser.r.Alves;
É assim... criei durante as minhas férias no Sobral Cid.
Os pauliteiros humilham alguém? Deixem-me defender os pauliteiros de Miranda!
Isso não tem NADA que ver com as praxes! São grupos de música e dança. Qual o problema? Só aumentam e diversificam a cultura.
As praxes:
1 - Não são nenhuma tradição e mesmo que fossem devia acabar-se com ela (não percebo quando o valor da tradição ultrapassa e pisa os valores humanos básicos e a inteligência e progresso do homem);
2 - são o contrário de uma cultura criativa e que incentive o espírito crítico.
Podem proibir, mas como tudo o que é ideológico, não podem acabar com elas...;).
Cumprimentos...
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