domingo, 30 de outubro de 2011

Praxes em Espanha

Novatadas universitarias salvajes
Dos colaboradoras se infiltran en estas supuestas bromas de integración

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Associação Académica de Lisboa gere "saco azul" com o aval das associações de estudantes

Texto de Bruno Horta • 15/10/2011 - 14:07, Jornal Público

Conta paralela na CGD regista movimentos nunca escrutinados, o que já levou a várias demissões na direcção

A actividade financeira da Associação Académica de Lisboa (AAL) está a ser gerida através de uma conta bancária paralela desde 2010, o que já levou a várias demissões na direcção.

A conta foi aberta na Caixa Geral de Depósitos (CGD), num balcão existente no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Tem como primeiro titular Luís André Fernandes Castro, 29 anos, estudante do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa e presidente da direcção da AAL desde Fevereiro de 2010.

Luís Castro foi eleito por um ano e reeleito a 3 de Março deste ano. É também presidente da Secção Oriental de Lisboa da Juventude Social-Democrata. E, ao que o próprio escreve num blogue, foi membro da comissão política de Cavaco Silva na candidatura à Presidência da República e um dos mandatários da juventude de Pedro Passos Coelho.

Movimentos bancários "inexplicáveis"

Documentos a que o PÚBLICO teve acesso demonstram, por exemplo, a existência de nove depósitos em dinheiro no mesmo dia, a 17 de Maio: 21 mil, 300, 400, 475, 440, 200, 145, 250 e dois mil euros. Além de pagamentos de 194,60 euros num restaurante e de 420 euros num hotel, também em Maio. Nesse mês, entre os dias 9 e 14, decorreu a Semana Académica, uma festa com música ao vivo.

"Estes e outros movimentos, a proveniência e o destino são inexplicáveis", diz fonte próxima da direcção. "Todos os elementos da direcção, da assembleia geral e do conselho fiscal da AAL, e membros de muitas associações de estudantes de Lisboa sabem da existência da conta paralela, mas só duas ou três pessoas na AAL conhecem os extractos", garante.

Um vice-presidente eleito em Março, Tiago Rapaz, afastou-se da AAL a 18 de Setembro, alegando, na carta de demissão, que "a existência na CGD de uma conta bancária paralela, titulada individualmente por alguns elementos da actual direcção", é "repugnante". Não foi possível apurar quais os outros titulares da conta.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lusíada condenada por praxe

24 de Outubro de 2011, por Sónia Graça, Jornal Sol

O Tribunal de Famalicão condenou a Universidade Lusíada a pagar 91.350 euros de indemnização, por danos morais, à mãe de Diogo Macedo, estudante do 4.º ano de Arquitectura que morreu em Outubro de 2001 depois de ter sido submetido a uma praxe nas instalações da universidade, em Famalicão.

A Fundação Minerva - Cultura - Ensino e Investigação Científica (proprietária da Universidade) «deveria ter agido no sentido de proibir esse tipo de comportamentos de pseudo-praxe, mais próprios de instrução militar» – lê-se na sentença, proferida a 22 de Setembro pelo 5.º juízo cível daquele tribunal, que conclui: «Não o fazendo, (a Fundação) contribuiu para o resultado ocorrido».

Há dois anos, o tribunal já tinha dado como provado que a morte de Diogo, na altura com 22 anos, se deveu a lesões provocadas durante uma praxe violenta nas instalações da tuna académica. Condenada a pagar, nessa altura, cerca de 90 mil euros à família da vítima (que avançou em 2007 com um pedido de indemnização), a Universidade recorreu para a Relação do Porto, que anulou o julgamento e determinou que fosse realizada uma segunda audiência.

Mas o veredicto do tribunal manteve-se: a Lusíada foi de novo responsabilizada por omissão do dever de cuidado: «Ficou provado que a ré omitiu qualquer controlo das actividades, alegadamente praxistas, daquela Tuna, em nome das quais ocorreu a morte de Diogo».

O juiz vai mais longe: «Estando nós perante uma academia (...) que ministra cursos de Direito há vários anos, tendo por isso a obrigação de estar mais ciente de todos os direitos, valores e normativos que foram postos em causa, mais se torna premente considerar que esse dever (...) deveria estar mais presente nas mentes dos responsáveis».

Novo recurso
Contactada pelo SOL, a instituição adiantou que mais uma vez voltou a recorrer desta decisão, argumentando que «tem sempre pautado a sua conduta no sentido de assegurar o bem-estar e segurança de todos os seus alunos, declinando toda e qualquer responsabilidade» por estes factos.

domingo, 16 de outubro de 2011

"Praxis", no DOCLisboa



Todos os anos, os estudantes sujeitam-se a rituais de iniciação ao ingressarem nas universidades. As praxes, assentes em tradições e obedecendo a uma hierarquia estruturada, ganharam uma nova vitalidade na última década. Reúnem cada vez mais adeptos, que exultam com linguagem sexual explícita, jogos de poder e diversas formas de humilhação.
21 OUT. 21:00 - Culturgest - Pequeno Auditório
26 OUT. 17:00 - Culturgest - Grande Auditório

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Faz-me lembrar os prisioneiros de Guantánamo...

...de cabeça tapada, de cabeça baixa, andando em fileira, com roupas uniformizadas, sem ver nem saber para onde vão, sem saber porque estão ali, nas mãos de pessoas que não conhecem que os guiam ao destino que decidiram por eles e para eles, sem julgamento, sem defesa,...
...um verdadeiro atentado à pessoa humana...

Praxes numa escola do Instituto Politécnico de Castelo Branco


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Caloiros obrigados a beber e a fumar

Por: Secundino Cunha, Correio da Manhã
Praxes: ‘Doutores’ da Universidade do Minho acusados de abusos

Uma dezena de pais de alunos que este ano entraram para a Universidade do Minho estão indignados com a violência das praxes praticadas em vários cursos, nos pólos de Braga e Guimarães, e admitem fazer uma exposição ao Ministério Público e à reitoria da Universidade.


"Os que se auto-intitulam doutores obrigam os caloiros a ingerirem grandes quantidades de bebidas alcoólicas, logo pela manhã, a fumar e, o que é mais grave, a faltar às aulas para marcarem presença nas sessões de praxe", disse ao Correio da Manhã um dos pais, que preferiu não se identificar, com receio de represálias sobre o filho.

Para este pai, que está disposto a levar o caso até às últimas consequências, "o que se passa, em termos de praxe, na Universidade do Minho ultrapassa todos os limites". Adianta que "os chamados doutores agem com total impunidade, como se fossem os donos da academia".

"Não é admissível que os alunos se convençam de que o primeiro ano é para chumbar porque os colegas mais velhos resolvem estender a praxe pelo ano todo, em vez de a confinarem à chamada semana de recepção ao caloiro", disse ao Correio da Manhã Manuel Almeida, outro dos pais indignados.

Contactado pelo CM, o vice-reitor Rui Vieira de Castro disse que "a reitoria da Universidade do Minho repudia com toda a veemência quaisquer exageros nas praxes e promete instaurar processos de averiguações, que podem evoluir para processos disciplinares, em todos os casos concretos que lhe chegarem ao conhecimento".

Referindo que não teve, pelo menos até agora, conhecimento de nenhum caso de exagero nas praxes, Rui Vieira de Castro pede a todos os que possam ser vítimas de tais atitudes que as comuniquem à reitoria.

Na Universidade do Minho, a semana de recepção ao caloiro terminou na sexta-feira, mas as praxes irão continuar até Maio do próximo ano.

REITOR RETIRA DO PROTOCOLO A FIGURA DO 'PAPA'
O reitor da Universidade do Minho, António Cunha, tem lutado contra todos os exageros nas praxes, pretendendo que "essa prática se restrinja à semana do caloiro e decorra de forma civilizada". Uma das primeiras atitudes antipraxe foi retirar do protocolo da recepção ao caloiro a figura do ‘Papa’, que é o aluno com maior número de inscrições na Universidade do Minho. "Não fazia sentido pôr o pior dos alunos a dar as boas--vindas aos novos estudantes", justificou a reitoria.
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Estivemos num debate na Universidade do Minho em Dezembro de 2008. Como em todos os lados onde vamos, disseram-nos que ali não havia abusos. Aliás, garantiram-nos. Considerar uma acção de uma praxe um abuso ou não é evidentemente subjectivo. E também na Lei é subjectivo, embora se protejam determinados direitos.
Artigo 13.º [da Constituição Portuguesa] - Princípio da igualdade
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Artigo 25.º - Direito à integridade pessoal
1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.
2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou desumanos.
Se os alunos se acharam submetidos a abusos e não conseguiram fazer valer os seus direitos enquanto estavam a ser praxados, vendo-se obrigados a denunciar a situação aos pais, então cometeu-se um crime. E esse crime deve ser julgado.

A reitoria primeiro diz que não tem conhecimento de abusos na praxe na sua Universidade mas depois o Reitor admite que tem lutado contra todos os exageros nas praxes. Se luta contra eles é porque eles existem. Ou seja, não feito o possível para prevenir os abusos. Estão apenas à espera que lhes caiam em cima dos joelhos, como agora, para depois fazerem qualquer coisa.