quarta-feira, 30 de maio de 2012

Conselho de Veteranos de Coimbra suspende 8 estudantes por causa de praxes

Este é o título da notícia do Público, que se encontra mais abaixo.

Sem falar do resto porque, enfim, já nem vale a pena, quero apenas referir que os defensores da praxe continuam a achar que a violência e os abusos acontecem fora de um contexto, ou seja, obra de psicopatas. Para eles, quando há violência e abuso num contexto de praxe, "isso não já não é praxe! é outra coisa!". Como se fosse possível dissociar a causa e a consequência; dissociar o indivíduo do ambiente/contexto em que se encontra. Os abuso acontecem assim por acaso, por obra do Senhor, por geração espontânea. Para os defensores da praxe, um indivíduo, provavelmente já com antecedentes criminais, infiltra-se na praxe para abusar e violentar alguém; logo, se esses indivíduos não existissem, então a praxe seria pura e virgem. Na praxe não há abusos, mesmo naquela intitulada de "Praxe de Gozo". Mas, é claro, não há abusos aos olhos do Código da Praxe, mesmo que este seja uma afronta aos direitos de qualquer cidadão.
Enfim, afinal de contas vivemos num País de "faz de conta"...

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30.05.2012 - 12:47 Por João d´Espiney


Oito estudantes da Universidade de Coimbra (UC) foram suspensos do exercício da praxe durante os próximos três e quatro períodos, consoante os casos.

Estas foram as sanções decididas pelo Conselho de Veteranos da UC após a conclusão do inquérito aberto na sequência de três participações relativas a infracções às normas da praxe.

De acordo com o comunicado divulgado pelo Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra (CVUC), foi ainda decidido “revogar a suspensão da Praxe de Gozo e de Mobilização, assim como foi possível retirar ilacções que permitirão, no curto prazo, tomar medidas tendo em vista uma melhor fiscalização e limitação do exercício da praxe académica da UC”.

Depois de ter ouvido os oito estudantes, apenas um é do sexo masculino, o CVUC concluiu que os factos participados se afiguram como “uma interacção entre diferentes pessoas que tomou proporções no mínimo censuráveis, mas que não estão nem são consequência da praxe académica da universidade”.

O conselho ressalva, no entanto, que “a partir do momento em que os elementos envolvidos vestiam capa e batina foi desrespeitado o princípio praxístico de que as atitudes que um estudante toma devem ser ponderadas, educadas e dignas”.

Relativamente às alegações sobre as agressões, o conselho considera que são “meramente da esfera criminal, nada tendo a haver com o estipulado” na praxe académica, devendo, como tal, serem tratadas “pelas autoridades competentes, nomeadamente a Polícia e o Ministério Público”.

Estas sanções resultam da queixa de duas alunas de Psicologia, vítimas de agressões, durante uma acção de praxe académica. Na altura, o CVUC decidiu suspender de imediato, e por tempo indeterminado, as actividades de Praxe de Gozo e de Mobilização. Ou seja, ficou interdita qualquer interação entre alunos mais velhos e caloiros, com cânticos e brincadeiras na rua.