Ensino Superior: Praxe aos alunos de Medicina transformada em acto de solidariedade no combate à leucemia
Um grupo de estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa vai transformar hoje a praxe aos novos alunos num acto de solidariedade no combate à leucemia, com uma acção de rua às 16:00, no Cais do Sodré.
A Comissão Organizadora da Recepção ao Caloiro da Faculdade de Medicina de Lisboa (FML) pretende "com esta iniciativa inédita sensibilizar a população para a angariação de dadores de medula óssea".
Esta acção tem o apoio da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (ACPL), do Centro Nacional de Dadores de Células e Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão (CEDACE) e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que disponibiliza o equipamento necessário.
"Há ainda alguns mitos sobre a doação de medula óssea, nomeadamente que se trata de um processo doloroso. Com esta acção pretendemos sensibilizar a população para a importância deste acto e angariar dadores", explica Diogo Martins, da Comissão Organizadora da Recepção ao Caloiro da FML.
No Cais do Sodré será instalada uma unidade móvel da SCML para colheita de amostras de sangue - efectuada pelos técnicos do CEDACE - a quem se disponibilizar integrar o banco de dadores de medula óssea.
A falta de dadores de medula óssea é um dos grandes entraves à luta contra a leucemia. Desde 2002, ano em que surgiu a ACPL, o número de dadores passou dos 1.800 para mais de 132 mil. O objectivo é alcançar os 160 mil dadores até ao final do ano.
Lisboa, Portugal 01/10/2008 06:43 (LUSA)
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Caridade por obrigação é caridade?
Publicada por m.a.t.a. em quinta-feira, outubro 02, 2008
Etiquetas: Notícias
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4 comentários:
Post no site do Público relativo à mesma notícia (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1344597&idCanal=58#Comentarios):
Até seria uma boa ideia se fosse uma acção voluntária em si e não uma praxe. Assim, estes alunos fazem isto neste contexto, por obrigação, e não por estarem conscientes da necessidade de se o fazer. Não se pode mandar ninguém fazer uma coisa boa, porque fazer uma coisa boa contrariado acabará por ter o efeito contrário. E a praxe é sempre, por mais suave, amistosa e generosa que seja, uma atitude de exerção de autoridade por uns, os "veteranos", sobre os outros, os "caloiros". Estes últimos ou aceitam ou são excluídos do grupo, quando não são perseguidos até aceitarem serem praxados. Se de facto os "caloiros" informadamente foram procurar esta praxe (atenção voluntarismo significa que: por um lado, dirigiram-se por sua livre e espontânea vontade ao local onde se inscreviam para fazer esta acção, sem ninguém os importonar constantemente para eles o fazerem; por outro, no caso de não querem fazer esta praxe não seriam vítimas de outras praxes de que gostassem menos ou excluídos da praxe), então, nestas condições, não se trata de uma praxe mas sim de uma atitude voluntária de facto, com os benefícios eveidentes para a sociedade, e pró próprio indivíduo enquanto crescimento individual.
Em resposta a um comentário acrescentei mais tarde o seguinte:
(...) Outro problema da praxe e de quem praxa é que acaba sempre por olhar só para o seu umbigo. Começam por dizer: "Aqui nesta faculdade é tudo muito correcto!" para, depois das evidências, um: "Ah, mas no meu curso pelo menos no meu ano isso não se passou..." e quando se mostra que de facto as coisas são como são: "Ah mas eu não faço isso com essa intenção!" Como não se pode ir mais longe fica na consciência de casa um aquilo que faz... Mas sem dúvida que esta praxe específica da FML até tem alguma coisa de bom. O problema é o que ela quer dizer - "já não se consegue pôr as pessoas a fazer algo de bom sem serem obrigadas" (faz lembrar a caridadezinha do tempo do fascismo) - e o que se vê nas praxes em geral - hierarquia, autoritarismo, militarismo, sexismo, machismo, homofobia, falta de conteúdo, uniformizador, inintelectual, obscenidades, etc, enfim o reflexo de uma sociedade cada vez mais pobre e mais podre.
Eis que se generalizam as praxes... solidárias!!
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Solidariedade Forçada!
Há uma tentativa, espero que não conseguida, de lavar e legitimar as praxes. Esta ideia, de solidariedade forçada ("Uma acção, em forma de praxe,") não é inédita da academia de Bragança. Os ex.mos ditos veteranos, auto-denominados durante os rituais engenheiros ou doutores ainda sem o serem, poderiam dar o exemplo e mostrar a sua autêntica genuinidade solidária. "Vejam, caros novos alunos, aqui nós somos solidários. No próximo ano repitam o nosso exemplo".
Agora, estas ideias luminosas dispensam-se. Tenham a caução de quem tiverem.
Haverá outro nome para este acto que não seja praxe (solidária) forçada?
Será possível ser solidário à força?
O que pelos vistos é possível é manter as imaculadas praxes com a caução dos mais incautos e de muitos outros iliteratos. É pena...
http://anti-praxe.blogs.sapo.pt/7176.html
Só dizem merda vocês.
Desde quando é que os caloiros da FMUL foram obrigados a participar nesta angariação de dadores de medula óssea? Depois, onde está a obrigação na caridade? A caridade neste caso deverá partir das pessoas que os caloiros foram sensibilizar e que, certamente, não obedecem às praxes.
Enfim, pobres ignorantes...
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