Encontrámos a opinião do Prof. José Morgado, no seu blogue Atenta Inquietude, sobre as praxes académicas. José Morgado é professor no Instituto Superior de Psicologia Aplicada e é psicólogo educacional.
(27 Setembro 2008)
No Público de hoje e conforme é habitual nesta altura do ano, reaparece o tema das praxes académicas no ensino superior português. Seja do “aviso” do ministro Mariano Gago, seja da proibição decretada por algumas faculdades (má escolha), seja por orientações nesse sentido produzidas noutras, seja porque os estudantes assim o vão escolhendo, seja dos esforços do MATA (Movimento Anti-Tradição Académica), parece que as “actividades” de praxe estarão mais brandas do que em anos anteriores. Fico satisfeito, sobretudo se corresponder a decisões assumidas pelos estudantes no seu conjunto e não fruto de ameaças ou determinações da tutela ou da direcção das diferentes escolas, estamos a falar de gente crescida e, espera-se, auto-determinada.
É que relativamente às praxes habituais e aos discursos dos seus defensores, continuo a não conseguir entender como é que, a título de exemplo, humilhar rima com integrar, insultar rima com ajudar, boçalidade rima com universidade, abusar rima com brincar, ofender rima com acolher, violência rima com inteligência ou coacção rima com tradição.
Talvez este discurso seja de um desintegrado, isolado, descurriculado, dessocializado e taciturno tipo que não acedeu ao privilégio e experiência sem igual de ser praxado ou praxar. Desculpem.
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