terça-feira, 16 de novembro de 2010

Manifestação Ensino Superior, 17 Novembro, às 15h. Cidade Universitária -> MCTES

A manifestação está marcada para Lisboa e é já amanhã mas, tanto no site da Associação Académica de Lisboa (AAL), como no da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), ou da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT-UNL), ou o da AE do Instituto Superior de Agronomia (ISA-UTL), ou a AE do Instituto Superior Técnico (IST-UTL), ou da AE da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH-UNL), ou da AE da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), ou da AE Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (AEFLUL), não se encontra referência a esta. Que se passará?
Uns, encontramo-los quase vazios, outros com publicidade a eventos organizados por marcas de telemóveis, outros falam de aniversários institucionais, outros pedem desculpa por o website estar temporariamente indisponível.
É preciso ir ao site da Associação Académica de Coimbra para se saber da convocatória, que se transcreve abaixo.
Percebe-se, por aqui, que foi organizada e algumas daquelas organizações estudantis aderiram. Mas porquê tão mal informação. Não vi cartazes nas ruas, os sites não anunciam, as televisões, rádios e jornais, claro que também não (talvez apareçam no dia para tirar umas fotos e filmar uns segunditos). Há panfletos a circular? Parece que houve algumas reuniões gerais de alunos mas que aconteceu depois disso? Não querem o sucesso da manif?
O comunicado (oficial?) do evento lá o encontrei:

“MARCHA PELO ENSINO SUPERIOR”
A degradação do Ensino Superior é hoje uma realidade incontornável. Devido a uma política de desinvestimento sucessivo por parte do Governo, as Faculdades sofrem uma crise de financiamento sendo que as propinas dos estudantes servem meramente para despesas de funcionamento, ao contrário do que a Lei prevê. Temos serviços a funcionar a meio gás, cantinas e bibliotecas encerradas para poupar recursos; um parque escolar degradado, não só ao nível do conforto e da higiene, mas constituindo já um perigo real para os estudantes que o utilizam; e um sistema de acção social que não abrange todos os que dele necessitam e que mantém o modelo de atribuição de bolsas por escalões, promovendo a iniquidade.
E é esta a realidade que os estudantes muitas vezes ignoram. A organização das Universidades imposta pelo RJIES resultou num efectivo afastamento dos estudantes da gestão das Faculdades que leva a um igual distanciamento dos seus problemas. Os estudantes estão a ser transformados em meros utentes, retirando-lhes o papel de elemento essencial no funcionamento das Universidades.
A crise de representatividade que assola o nosso país tem que ser combatida e para isso é necessário que todos tomem consciência, primeiro do modo de funcionamento das instituições em que estão inseridos e, segundo, dos problemas específicos que as afectam. Cabe aos estudantes do Ensino Superior especial responsabilidade, na medida em que sempre foi nas Universidades que se pensou o futuro. Não mais podemos continuar inertes e amorfos como até agora.
Optámos nos últimos anos por soluções de diálogo sem que houvesse a mínima abertura por parte do Ministério, está na hora de fazer mais. A manutenção de Mariano Gago como titular da pasta do Ensino Superior é uma afronta para todos nós que temos mantido as iniciativas políticas dentro das Universidades. O programa de Governo não acarreta qualquer esperança ao quase ignorar os principais problemas da Universidade Pública. Está na hora de fazermos mais e de mostrarmos que discordamos com esta forma unilateral de impor políticas educativas.
Apelamos, por isso, aos estudantes da UL que se juntem a nós numa acção de rua que visa alertar para os principais problemas do Ensino Superior, salientando aquilo que queremos que seja feito. Seguindo o lema “Não somos contra, somos por um Ensino Superior de Qualidade” pretendemos marcar a diferença para com o mero protesto e fazer uma Marcha pelo Ensino Superior que aponte soluções concretas para os problemas que detectamos. Terça-feira, dia 17 de Novembro marcharemos desde a Cidade Universitária até ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para entregarmos as nossas propostas a quem tem a obrigação de fazer melhor."


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A crise que o país atravessa vai ter repercussões gravíssimas na economia das famílias. É de esperar, em consequência, um aumento de situações de carência económica num significativo e crescente número de alunos. Em face disto, teria sido oportuno que o Ministério do Ensino Superior tivesse tido em consideração as nossas sugestões relativas aos limiares de elegibilidade para o direito às Bolsas de Estudo. Mas não foi isso que sucedeu por total insensibilidade social e falta de visão política do Governo. O que está preconizado é um limiar extremamente baixo, que não tem em conta as reais exigências financeiras de frequência do Ensino Superior Público.
No futuro, estudar vai ser ainda mais exigente em termos financeiros. E vai sê-lo em especial para aqueles que menos recursos possuem. Caminhamos em direcção ao elitismo no acesso e frequência do Ensino Superior Público.
Muitos de nós iremos ter que, obrigatoriamente, abandonar os estudos, por deixarmos de ter possibilidades para tal. É uma realidade que nos entristece e que nos faz temer pelo nosso futuro.
Dia 17 de Novembro, em Lisboa, a Associação Académica de Coimbra vai, juntamente com outras Associações Estudantis de Ensino Superior, manifestar-se contra o corte nas bolsas de estudo. Queremos que a nossa representatividade em Lisboa atinja os 5 mil estudantes.
A partida está marcada para as 10H00, do Largo D. Dinis.
Teremos partidas em simultâneo do Pólo 2 e do Pólo 3.
Este é um desafio que queremos vencer. Apelamos à solidariedade de todos os estudantes, mesmo daqueles que não vão ser afectados pelas medidas do Governo. Só assim nossa voz terá força. Esta é uma missão de entreajuda entre todos os estudantes e de defesa do Sistema Público de Educação.

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