sábado, 26 de setembro de 2009

Mais uma Faculdade responsabilizada por praxe extremamente violenta

Lusíada condenada por morte
Ensino Superior: Universidade paga indemnização por praxe violenta
Correio da Manhã, 26 de Setembro de 2009

A Universidade Lusíada, de Vila Nova de Famalicão, foi condenada por omissão de acção, no caso da praxe violenta, ocorrida em Outubro de 2001, no seio da tuna académica, e que resultou na morte de Diogo Macedo, de 22 anos, aluno de Arquitectura.
Na decisão do processo cível, que foi conhecida esta semana, o Tribunal de Famalicão determinou o pagamento à família, por parte da Lusíada, de uma indemnização de 90 mil euros, tendo considerado, no essencial, que a instituição de ensino não fez tudo o que podia no controlo das praxes violentas.

“Se tivesse controlado as práticas de agressividade física e psicológica, tinha contribuído para que a morte não tivesse ocorrido”, diz a sentença, referindo “comportamentos de pseudopraxe mais próprios da instrução militar”.

Este foi um dos casos mais graves ocorridos em universidades portuguesas, ao nível das praxes violentas, entretanto interditas. Diogo Macedo era estudante do 4º ano de Arquitectura, mas era caloiro na tuna, onde, segundo confessou à mãe, foi várias vezes maltratado. Aliás, na noite fatídica, ao sair de casa, disse à mãe que “ia resolver uns problemas na tuna”.

Era dia de ensaio e os rituais da praxe imposta pelos mais antigos foram mais violentos do que o habitual. Diogo Macedo morreu, no Hospital de S. João, no Porto, devido a vários traumatismos.

O processo-crime relativo a este caso, com base na queixa apresentada pela família, acabou arquivado por falta de provas. E, apesar de todas as diligências do Ministério Público e investigações da Polícia Judiciária, nunca se chegou a saber quem matou Diogo Macedo. É que os elementos da tuna reuniram e combinaram uma versão, falando em acidente, da qual nunca saíram e que impediu, segundo a família, a descoberta da verdade. Com o arquivamento do processo-crime, a família entendeu avançar com um processo cível e o tribunal acabou agora por lhe dar razão.

Esta decisão pode levar à reabertura do processo-crime, embora a advogada da família, Sónia Carneiro, esteja céptica. “Atendendo ao muro de silêncio em torno do caso, vai ser muito difícil avançar no que quer que seja e a reabertura não se faz sem um dado novo considerado relevante”, disse ao Correio da Manhã.

Sobre este caso neste blog: 22.06.09, 27.10.08
Esta notícia no i online, no esquerda.net

4 comentários:

Wolf disse...

Boa tarde,

aquilo que tenho para dizer, não tem nada a ver com este post. Sou um aluno e praxista do ISCTE e venho dizer o seguinte: durante a Praxe no ISCTE vocês tiverem muita coragem para mandar ovos das janelas (um deles acertou num colega de curso, pena não ter acertado em algum caloiro para o tiro sair pela culatra), mas já não tiveram tanta coragem para dar a cara, a isto se chama de cobardia. Só mostraram que não têm respeito nenhum pelos outros.

Diana Dionísio disse...

???

Quando dizes "vocês" estás a acusar alguém do MATA? Eu sou do MATA nem sabia dessa história. Sabia lá que não sei o quê do ovo que aconteceu no ISCTE... Isso aconteceu este ano? Porque achas que foi o MATA? Achas que não temos mais nada que fazer? Alguma vez íamos ao ISCTE atirar ovos?

Meu deus, onde chega a paranóia e o umbiguismo!

Nós queremos abrir as escolas ao mundo e levar a discussão às cabeças, não andar a atirar ovos aos TEUS amigos na TUA escola...

Só outra questão: por que achas que terem voado ovos durante a altura da praxe foi uma acção contra a praxe e não uma coisa da própria praxe?

Pedro disse...

Ao poster original... nao era aqui que devia estar a tentar discutir um assunto completamente fora de topico.

De volta ao topico... Li hoje a noticia sobre o que aconteceu na Lusiada de Vila Nova de Famalicao. E absolutamente NOJENTO! O meu irmao morreu, em consequencia dum acidente de viacao com a mesma idade que morreu o aluno da Lusiada, e embora as circunstancias de ambas as mortes sejam diferentes ninguem faz ideia do impacto, especialmente nos pais, que tem a morte dum filho.

Quando entrei para Arquitectura submeti-me a praxe. Se houvesse algo que considerasse excessivo recusava-me, mas no fundo acho que todos nos passavamos melhor sem este tipo de pseudo-processos de integracao que servem mais para alimentar o ego de alguns, especialmente quando ja esta comprovado que nao ha, nem nunca houve, nem vai haver supervisao para que nao ocorram abusos, e pior... agora que ocorreu uma morte.

As praxes deviam ser abolidas duma ponta a outra do pais, exactamente para evitar merd*s como estas de acontecerem de novo. Nem todos chegam a este nivel de violencia, mas porque nunca se sabe quando um cenario destes pode ocorrer, parece preferivel banir as praxes de vez a permitir que ocorra um acidente ou uma morte.

Parece-me que a vida e a dignidade de uma pessoa sao bem mais valiosas do que um ritual academico.

Anónimo disse...

sou a MÃE do Diogo Macedo.. venho-vos agradecer os vossos comentarios.. e dizer-vos que nao vou parar...