Já se sabia que a relação entre Zeca Afonso e Coimbra tinha sido difícil, como o próprio escreveu na sua autobiografia:
«Em Coimbra as coisas mudavam lentamente. Novas remessas de estudantes,
menos pitorescos mas mais conscientes do que os do meu tempo, mais
devotados aos problemas que fatalmente surgiam num meio sufocado por
tradição, as mais das vezes inútil, intentam, à semelhança do que já
outras gerações haviam feito, romper declaradamente com o bafio, pôr de
parte a quinquilharia passadista do velho romantismo do «Penedo»,
realizar ao nível associativo uma modernização da vida académica dentro
dos limites a que os forçava o estreito meio geográfico em que viviam.»
(...)
«Nalgumas
andanças por Lisboa tomei esporádico contacto com outros meios
estudantis. Rapazes novos, dinâmicos, combativos, de pés bem assentes na
terra, com os quais, embora de uma forma efémera, muito me foi dado a
aprender. Ganhei amizades, rejuvenesci e sobretudo senti na carne a
urgência de alguns problemas que até então mal tinham afectado a minha
maneira de ser.
Numa disposição de espírito muito diferente da que me
levara a procurar fora de Coimbra uma largueza de horizontes que a
cidade me negara, renovei um pouco o meu conhecimento dos homens e dos
lugares.»
Mas parece que Coimbra também "ignorou e hostilizou" Zeca Afonso como nos conta Rui Pato:
Coimbra ignorou e hostilizou Zeca Afonso
Rui Pato participou em tertúlia que assinalou 25 anos da morte do cantor e garantiu que a cidade foi "madrasta" por considerar as suas baldas uma afronta à praxe
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Zeca Afonso e Coimbra
Publicada por m.a.t.a. em domingo, fevereiro 26, 2012
Etiquetas: comunicação social, Outros
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1 comentários:
É sempre bom não esquecer um grande combatente, hoje e sempre, em que a sua arma era a palavra. Hoje e sempre, os desalinhados causam incómodo.
Ainda que bem que há gente com boa memória.
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