A hierarquia dá o mote, a violência é o "final infeliz".
Uma rapariga foi violada na queima das fitas, em Braga. Para ela foi uma surpresa, mas o resto da história é igual a tantas outras (umas conhecidas, outras abafadas).
"Estava na barraquinha do curso e ele arrastou-me. Pensei que queria conversar e beber um copo, nunca desconfiei dele até porque ele é cardeal do curso e tem por dever proteger os caloiros".
Depois de violada, não teve coragem de o contar aos colegas e só decidiu apresentar queixa dois dias depois. No meio, estão a vergonha de qualquer pessoa (geralmente mulher) violada e, em particular, de alguém que confiava na pessoa violadora; está o medo de voltar à escola onde terá que se confrontar com o "cardeal" e com as outras pessoas que escolhem o silêncio como resposta ao sucedido.
E, no fim da linha, ainda vem a Escola. Abrirá um inquérito para saber o que se passou (serão as violações tão diferentes umas das outras?) se a aluna lhe apresentar uma queixa; deixará o caso cair no esquecimento, se a aluna não a apresentar.
E, de facto, a Escola não tem que se responsabilizar pelo que aconteceu. Mas a partir do momento em que uma pessoa se sente obrigada a deixar de frequentar a instituição de ensino superior porque não se sente protegida nela, a instituição tem a obrigação de fazer alguma coisa e garantir que essa pessoa possa continuar normalmente o curso que iniciou. E o argumento de que "ela não apresentou queixa" ou "não soubemos de nada" não servem, porque hoje já toda a gente sabe (e até os colegas, minimamente atentos, já montaram o puzzle todo e já sabem quem é o "cardeal-violador").
O "fim" desta história, será mais uma vez o silêncio e o esquecimento?
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3 comentários:
Agora sim acho que podemos dizer que em contextos de "tradição académica" já aconteceu de tudo: mortes, violações, terrorismo de grupo, assaltos a bancos, maus-tratos físicos, sangue, comas-alcoólicos, pessoas a ficarem tetraplégicas, ameaças à integridade física e de morte, ...
Viva a "tradição académica" que é muito divertida!
Uma violação é sempre de condenar! Mas esta foi só mais uma como tantas outras que se passam por aí! Não venham com a tanga que foi culpa das praxes, que não tem nada a ver! Ganhem Juízo!
concordo com o simao!
tenham juizo nao venham com: "a culpa é da praxe", esse sujeito obrigou a ter relações e isso é praxe?? tenham juizo é sim crime! nenhum dos valores ensinados pela praxe remetem para o crime! estejam mais atentos! e Ganhem juizo
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