domingo, 25 de março de 2012

O dia do estudante e a crise de 62



"No dia 26 de Março de 1962 as AAEE de Lisboa emitem um comunicado, conhecido como o número zero, em que relatam os factos que viriam a dar origem à Crise Académica de 62, que se prolongaria por mais quatro meses. De permeio, assistiu-se a uma greve às aulas nas universidades de Lisboa, Coimbra e Porto e à prisão, na noite de 9 para 10 de Maio, dos 1.500 estudantes que se encontravam na cantina da Cidade Universitária de Lisboa em solidariedade com os seus colegas que faziam a Greve de Fome."
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"O 24 de Março de 1962 assinala um marco histórico da luta dos estudantes portugueses contra o fascismo e pela liberdade, pelo direito de reunião e de associação, pela autonomia da Universidade e a democratização do ensino. Durante meses, através de grandes plenários, concentrações, manifestações e greves, os estudantes enfrentaram corajosamente proibições, encerramento de associações e instalações académicas, cargas policiais, prisões em massa, processos disciplinares, expulsões, todo o arsenal da violência e repressão fascista, em jornadas memoráveis que contribuíram fortemente para desmascarar, isolar e enfraquecer o fascismo."
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"Mas a ignição da crise estudantil de 1962 é um pouco mais tarde, em Lisboa. Sob o pretexto de não ter respondido ao pedido das associações e comissões pró-associativas de Lisboa – e portanto não as ter autorizado –, o Governo proíbe a realização das comemorações anuais do Dia do Estudante, entre 24 e 26 de Março. Na manhã de 24, há estudantes espancados e presos, instalações universitárias sitiadas, cantinas ocupadas."
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"Na verdade, convém sempre relembrar o sucedido em 1962, quando um conjunto de dirigentes associativos decidiu afrontar o regime ao exigir a liberdade de comemoração do Dia do Estudante e, com a adesão massiva dos estudantes, fez tremer uma ditadura com quase trinta anos. Os plenários entusiastas e a repressão policial que se lhes seguiu, as prisões de alguns dirigentes, a greve de fome da Cantina Universitária, a ocupação da AAC, agudizaram o sentimento de revolta perante um regime fechado que pouco ou nada tinha para oferecer a quem queria ter mais oportunidades."
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1 comentários:

serraleixo disse...

Este site tem uma boa cronologia dos acontecimentos: http://www.pcp.pt/actpol/temas/f-avante/festa2002/flash/expo_crise.swf