Recebemos no nosso email a seguinte carta aberta ao Reitor da Universidade da Madeira.
(as imagens foram encontradas na internet)
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Exmo. Sr. Dr. José Manuel Nunes Castanheira da Costa, Reitor da Universidade da Madeira:
Apresento a Vossa Excelência as minhas mais cordiais saudações.
Quero por esta forma apresentar a V. Exa. a denúncia
de factos que me chocaram profundamente, e que a V. Exa. dizem também
respeito por se tratarem de, cumulativamente, alunos vossos e que usam o
nome da Universidade da Madeira publicamente para actividades
criminosas.
Ao final do dia de ontem (Sexta-feira, 25 de
Novembro, por volta das 20 horas), encontrava-me a passar junto ao
Parque de Santa Catarina no Funchal, quando, para minha surpresa, nas
escadarias que dão acesso ao mesmo pela Rotunda do Infante, deparo-me
com aquilo que parecia uma cena de um autêntico ritual satânico: um
numeroso grupo de rapazes e raparigas vestido com uma camisa amarela com
o nome da Universidade da Madeira, ajoelhados e curvados com as cabeças
no chão, repetindo em coro o que um outro numeroso grupo de indivíduos
vestidos com horripilantes trajes negros, muitos dos quais ostentando
paus de grandes dimensões, os obrigavam a gritar.
Ao aproximar-me, constatei que o ritual satânico em
questão dava pelo nome de “praxe académica”, tendo-me posto a observar o
mesmo, caso algum dos subjugados solicitasse auxílio.
O que observei foi efectivamente um ritual digno da Church of Satan.
Os alunos da UMA foram obrigados a permanecer nessas
condições por mais de meia hora (contando apenas a partir do tempo em
que por lá passei), sendo que os auto-denominados “doutores” também os
forçavam a terem os pés levantados do chão, fazendo assim que toda a
pressão corporal recaísse unicamente sobre os joelhos. Para o efeito, os
tais pseudo-doutores faziam uso dos paus, desferindo golpes nos pés dos
alunos sempre que estes “ousavam” apoiar os pés no solo.
Assisti também, durante o referido ritual, a injúrias graves e constantes por parte dos pseudo-doutores contra os alunos.
Estes foram depois obrigados a fazerem inúmeras
flexões e a simularem actos sexuais no chão, sob as ordens e para o
divertimento sádico dos auto-denominados “doutores”.
Mais tarde o grupo separou-se, sendo que parte dos
indivíduos trajando de negro forçaram parte dos novatos a entrarem
dentro do Parque de Santa Catarina - que já havia encerrado portas -,
tendo eu permanecido sempre na rua, onde os insultos e as humilhações
aos restantes novos alunos continuaram.
Algum tempo depois, os pseudo-doutores que entraram
ilegalmente dentro do Parque de Santa Catarina desceram com os alunos
que forçaram a entrarem no mesmo Parque, sendo que estes vieram com as
camisas todas sujas de lama, indicando claramente que foram obrigados a
se arrastarem em terra molhada.
Todos reunidos novamente nas escadarias, foram
comandados com gritos a efectuar repetitivas mudanças de posição no
chão, mediante graves insultos permanentes.
A este triste espectáculo assistiram também vários
estrangeiros que por lá passaram, muitos dos quais me questionaram em
Inglês sobre o que se passava, ficando escandalizados ao tomarem
conhecimento de que se tratava de uma humilhação académica.
De notar que durante a referida humilhação,
assistiu-se ao cúmulo da hipocrisia de uma pseudo-doutora discursar,
entre os alunos ajoelhados com as faces no chão e pés levantados, sobre
os “ensinamentos” da praxe e a “aprendizagem de união” de que estavam
aí “beneficiando”. No seu exercício de absoluta hipocrisia e mentira,
não referiu a mesma pseudo-doutora que a dita união era apenas união na
submissão e subjugação, algo totalmente negativo, em vez de uma união na
revolução contra o desrespeito, o que seria, isto sim, um ensinamento
de grande valor.
Talvez incomodados com os assistentes indignados, os
mestres do ritual deram, cerca de uma hora depois da minha chegada,
ordem aos subjugados para “dispersarem para o McDonalds”.
Se é certo que durante o respectivo ritual não
assisti a nenhum pedido de auxílio, isso não significa que todos os
alunos subjugados fossem voluntários naquela sessão de sado-masoquismo.
Muitos até poderiam ter inicialmente concordado em participar na praxe,
mas mais tarde, durante as ofensas, não terem tido a coragem, por
evidente medo das ameaças constantemente lançadas, de se recusarem a
obedecer aos “mestres”.
Mas mesmo que, por(des)ventura, todos os alunos
subjugados estivessem sempre a participar como masoquistas voluntários, a
verdade é que, esse grupo de sado-masoquistas (subjugadores e
subjugados) não tem o direito de usar publicamente o nome duma
instituição pública como a Universidade da Madeira, nome bem visível em
todas as camisas dos subjugados e nos trajes dos subjugadores, para
praticar, em plena rua, actos de sado-masoquismo, absolutamente
difamatórios do bom nome da Universidade da Madeira.
Pessoalmente eu nunca fui praxado (recusei-me), nem
nunca praxei ninguém. E ninguém pode interferir no direito, exercido
informada e livremente, dos outros de querem ser humilhados ou
torturados. Mas já não podemos admitir que esses mesmos pobres de
espírito (supondo, é claro, que todos estivessem de acordo) usem o nome
de uma Universidade pública como imagem de marca daquilo que são
autênticos rituais satânicos de humilhação, injúria, crueldade e mesmo
tortura (ver a propósito das praxes por exemplo o seguinte site de
qualidade:
http://blogdomata.blogspot.com/ ).
Com esperança na indignação de Vossa Excelência
contra tais actos próprios de animais absolutamente irracionais, deixo à
Vossa consideração a presente denúncia.
Com os meus melhores cumprimentos,
MXXXXX XXXX XXXX,
Advogado (CP XXXX OA).
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