sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ora, o que é que é uma praxe para alguém que esfaqueia um animal antes de ele ir para o matadouro?... coisa de crianças, claro...

excerto da entrevista do jornal O Mirante ao

Fernando Salgueiro - "o toureiro que nos anos 60 e 70 actuou em centenas de praças":

(O.M.)
A escola sempre teve fama de ter umas praxes muito duras.
(F.S.)
Eram praxes como deve ser, não eram como as fantochadas de agora. Enquanto caloiros tínhamos que andar sempre fardados, não podíamos andar na rua depois das nove da noite. Havia regras…

64 comentários:

Anónimo disse...

Aos responsáveis pelo blog:

Antes de mais, gostaria de felicitar o MATA pelo trabalho desenvolvido e pela consistência com que o tem feito. Apesar de não concordar (de todo) com as vossas ideias, respeito-as e percebo que haja gente bastante preocupada com esta questão de primordial importancia para o nosso pais.

A dose de ironia não vem por acaso.. em relação a mim, por exemplo, não sou contra a praxe. Sei o que significa porque sou universitário e fui praxado. Para todos vós a praxe é tudo aquilo que sabemos (de humilhante a desumana, etc..), mas não será um exagero comparar a praxe ao paternalismo conservador que dirigiu Portugal durante o Estado Novo? E não falo à toa! Ouvi esta teoria da boca do um membro que foi distribuir uns panfletos ao ISCTE. Não será um pouco despropositada esta "luta"? O que quero dizer é que há tanta coisa para nos preocuparmos! E o que se faz muito em Portugal é discutir questões que em pouco ou nada dizem respeito à evolução do nosso país!

Depois do 25 de Abril, Portugal "esquerdizou-se" completamente! É incrivel que PC e BE tenham juntos quase 25% das intenções de voto! A luta tem de estar sempre associada à esquerda que se diz moderna?! A esquerda, principalmente a esquerda praticada por PC e BE é uma esquerda, por definição, obsoleta! Sempre com os mesmos argumentos do Estado, Estado e mais Estado; dar tudo e mais alguma coisa a vadios, estrangeiros que roubam, ciganos com Mercedes de €40.000 e africanos que vivem em casas com rendas de €3 (não pagas) e roubam todos os dias miúdos nas escolas! Portugal está farto desse discurso que ajuda a destabilizar o panorama político! Eu gostava de ver propostas realistas e não demagógicas sobre problemas como o endividamento da República, como deve ser feito o Investimento Público, que medidas tomar para pôr Portugal a crescer.. tudo o que propõem é acabar com a precariedade e dizer não ao grande "capital". Isto é de uma ironia abusadora! Quer dizer, tirar às empresas flexibilidade para perderem competitividade e depois fecharem e mandarem, não uma parte, mas toda a gente para o desemprego. E dizer não ao capital estrangeiro (ou melhor, aos porcos capitalistas), como se uma pequena economia como a nossa poderia sobreviver num Mundo como este (ah não, esperem! A grande República Popular bla bla bla da Coreia é um óptimo exemplo).. ou então acabar com o desemprego nos licenciados lol quando vocês, a maioria comunas, leninistas, marxistas, trotskistas (e afins) papam os cursos todos de letras e ciencias sociais, sociologias e merdas do género.. até parece que só descobrem que não há emprego quando saem da faculdade!

Resumindo, eu já disse mais do que queria e já me afastei muito do que queria dizer! A mensagem principal é a seguinte:

ESTAMOS FARTOS DESSA LINGUAGEM DE ESQUERDA E DE CRÍTICA CONSTANTE E MAÇADORA AOS QUE NÃO PENSAM COMO VOCÊS (Conservadores, Tradicionalistas, ou simplesmente seres inferiores)! FAÇAM UMA APROXIMAÇÃO MAIS NORMAL E PEGADA À REALIDADE! E isso não é regredir, é evoluir (coisa que a esquerda não fez)

Eh pá, a sério, acho muito bem a vossa luta contra o capital e a exploração dos operários do séc. XIX.. mas será que nunca pensaram que a vida seria uma merda se fosse governada por um PC, por exemplo? Já pensaram alguma vez se tal é susceptível de ser conseguido e ter sucesso?

Eu não quero dizer que são filiados ou que têm simpatia por algum movimento político, mas o vosso blog tresanda a miguel portas misturado com os freaks de classe média alta do BE que pensam que vão mudar o Mundo! Posso dizer-vos com toda a convicção que não é com "queremos debater a escola com os novos alunos" que vão ser levados a sério! E falam da distribuição de panfletos lol que não vos deixam distribuir.. pensem lá o que era num dos acampamentos de jovens do bloco virem entregar merdas contra o aborto!

Por fim, já devem estar a pensar que sou um direitoso e conservador (ou seja, estúpido), mas posso dizer-vos que fui filiado no BE e até fiz acções de protesto e cenas dessas. Mas, apesar de concordar com muitas coisas, percebi o meu lugar não era ao pé de gente que cantava hinos a fidel e a che.. (ridículo). Tenho um posicionamento liberal em termos de economia, mas sou muito sensível aos aspectos sociais. As minhas críticas não vão para as vossas ideias, mas sim para o modo como as expõem. Menos revolução, mais realidade na maneira como vêem a vida..

Um abraço e boa sorte

CRP disse...

só faltava o senhor aplicar umas das mais famosas frases saídas de reality shows portugueses: "é como na tropa!"

serraleixo disse...

Pois, é a crítica habitual de quem já está formatado por uma realidade que nos esmaga e que se apodera do nosso pensamento. Quando aparece alguém que confronta os paradigmas vigentes é sempre considerado louco ou ultrapassado, um inútil. este comentário só demonstra ignorância em relação ao pensamento de esquerda, em relação à multidiversidade da esquerda (apenas vê PC, Bloco e se calhar talvez tenha pensado nos anarquistas mas enfim põe todos no mesmo saco...), e em relação à origem dos problemas globais e nacionais.

Esta pessoa, que revelou uma certa tendência racista e xenófoba, começou por generalizar uma conversa de esquina com alguém que distribuia panfletos a todo uma dinâmica política e ideológica impossível de resumir. Interessante? Não, apenas ignorância.
Se de facto, «há tanta coisa para nos preocuparmos», na praxe nada se discute ou de pensa - é o vazio ideológico completo. Farra e gritos histéricos para nos ajudar a enterrar a cabeça na areia e alhear dos problemas do ensino superor público e, bem..., dos problemas do planeta Terra... Sempre que se tenta discutir e organizar coisas que dizem respeito às pessoas as salas normalmente estão vazias. Se é um debate sobre praxe lá estão os Capas Negras todos para apoiar essa "Muy" "nobre" "tradição".

Não acho que esta pessoa seja de direita e estúpido só o é quem quer. Acho que é do centro, onde está uma larga maioria da população. Ele está apertadinho ao centro. Aì não se fazem ondas e assim nada corre mal, nada dá trabalho. E lentamente se afunda no pântano, mas ao menos acompanhado! :D
A realidade a mi no me gusta!

(E havia tanta coisa mais para dizer..., e para dizer como deve ser, mas o tempo não deixa - está de chuva! :D)

Unknown disse...

A retórica aplicada na inutilidade. CBA começa por felicitar o MATA e dizer que o respeita, ainda que não concorde com nada que o MATA pense, faça ou defenda.

Eu cá tenho um certo problema em concordar e respeitar com a praxe académica, com o racismo, a xenofobia e a generalização fácil. Ou seja, um certo problema em concordar e respeitar o CBA.

A praxe, a meu ver, é um problema social como tantos outros. Aliás, o CBA é um belo exemplo de como é pertinente e importante falar da praxe, criticar a praxe. Faz tanto sentido como uma organização anti-racista ou um partido de Esquerda. Há outras coisas pelas quais lutar para além da economia e das empresas, de facto.

Porque se fossemos todos como o CBA não teríamos Estado, não teríamos negros (porque eles assaltam, é uma ideia perfeitamente lógica), nem ciganos (porque compram carros topo de gama com subsídios do Estado, que são uma fortuna do caraças) - só teríamos praxes e empresas e seriamos muito, muito felizes.

Esses vadios não trabalham como o CBA - o CBA mexe-se para produzir pelo país, para crescer e ter dinheiro e sentir-se feliz lá no seu cantinho. Longe da podridão.

Eu também gosto de ver as propostas realistas contra o endividamento da "República". É que mais Estado não pode ser, é preciso entregar tudo a privados. Aqueles que são, efectivamente, responsáveis com a crise, que vão à falência ou acabam nacionalizados para não chegarem a essa situação. Curiosamente, não vejo grandes empresários com fome, mesmo que falidos.

Claro que os direitos dos trabalhadores ao CBA nada lhe dizem. As empresas, que são muito responsáveis e muito porreiras, devem poder explorar à vontade. Isto tudo em nome da economia, não das pessoas. Como é hábito na Direita, as pessoas contam pouco, interessam antes valores mais altos como o Capital e/ou a Nação.

Eu dispenso o "respeito" do CBA (já se viu que não tem nenhum, é só discurso). Para um tipo que pede à Esquerda que seja mais "realista" e que não seja "maçadora" com a Direita, entra em contradição nesse seu longo e simples discurso.

A vida, meu caro, é uma merda há demasiado tempo. E é Governada pelo PS e pelo PSD.

É natural que tenhas saído do BE. Se és racista, praxista e defendes os direitos das empresas estavas, mesmo, no partido errado (e isto não é nenhuma defesa ao mundo de fadas e duendes do BE, é a constatação do óbvio).

Não é estranho ver a praxe e a Direita estarem tão ligadas (com várias excepções, há muita gente de "Esquerda" praxista (Zitas Seabras em potência) e muita gente de Direita contra a praxe).

Anónimo disse...

Como já estava à espera, chovem críticas e mais críticas. Não construtivas, mas sim ofensivas e sectaristas.

Eu disse que respeito o MATA. Não concordo com a sua luta, mas respeito as pessoas que a fazem. Uma coisa não impede a outra!

Em segundo lugar, nota-se aqui o vosso autismo e afastamento da realidade. Eu não sou burocrata, nem capitalista, nem nada do que disseram sobre mim. Apenas me sinto indignado quando vejo ciganos, sim, CIGANOS a viver em casas dadas, a não pagar rendas de €3, a partir tudo, a ter mercedes e a movimentarem-se com agilidade no mercado da droga em Portugal, enquanto os meus pais que têm uma pequena empresa lutam diariamente só para terem dinheiro para pagar ao Estado. Sim, Estado! Viva o Estado! Viva a mediocridade. Para quê o esforço se quando sairmos vamos ter emprego? Para quê trabalhar mais se vamos receber sempre o mesmo? O que os senhores (ah, desculpem, os revolucionários) defendem é a total estagnação perante a realidade. Surpreendem-me, contudo, quando vos vejo a comer mcdonald's, a beber coca cola e a ouvir música do zeca afonso no iPod novinho a estrear! lol que giro! É impressão minha ou estão a dar força, capital e lucro aos senhores americanos? E depois vêm falar-me que temos de mudar paradigmas!

Reparem bem como são sectaristas e extremistas! Ao ponto de me acusarem de estar num beco, esmagado.. lol e que sou do centro e tal. A nossa experiência, nomeadamente a do séc. XX, diz-nos que as posições extremistas nunca funcionaram! E eu penso que regimes de esquerda são piores que os de direita, na medida em que defendem a igualdade e depois matam e torturam e etc..

Há tanta coisa que me preocupa: ambiente, desigualdade social, descriminação entre sexos.. agora se não sou de esquerda sou logo de direita. E se não sou de esquerda não posso ser sensível a questões desta natureza! Sou racista? Ah sim? Então digam-me quantos de vós não tiveram sequer um pouco de receio quando se cruzam com um bando de negros na estação de comboios! Ou não pensaram sequer que a questão dos ciganos é injusta, principalmente para os trabalhadores que tanto defendem!

Eu quero ser alguem na vida! Quero lutar para chegar ao topo! Quero ser recompensado por isso e não quero que o meu mérito seja partilhado com quem não merece, ponto final.

Eu tive a sorte de sair desse mundo, que quase me fazia uma lavagem ao cérebro lol e a vós, acontecer-vos-à o mesmo! Com a idade vão perceber que não vale a pena lutar! Vão se resignar? Não! Nunca! Façam como eu. Encontrem o seu espaço na sociedade real e tentem fazer a diferença por vós mesmo!

Ou então dou-vos uma sugestão! Organizem-se e vão todos fazer uma viagem a Cuba. Mas não comprem bilhete de volta! Tenho a certeza que vão adorar lá estar e não quererão sair de lá =D lol boas lutas para todos.

E obrigado pelo confronto de ideias! Apesar de atacarem por todos os lados, acho que o confronto é saudável!

Abraços, beijinhos e hasta la vitoria! Siempre!! Eheheh

Anónimo disse...

bem, claro que não consigo deixar de responder a algumas coisas que me parecem bastante injustas...

não vá dar-se o caso de haver por aí mais alguém a achar que "os ciganos" (aqueles com a cara parecida com a do o Quaresma) são um bando de parasitas, gostava só de esclarecer que não existem rendas no valor de 3€ (a não ser para as pessoas amigas da camara municipal de lisboa) e que, em caso de dúvida, vão até qualquer bairro social e conversem com as pessoas que lá vivem (é que, já agora, falar "cliché" está fora de moda... o que está na moda é falar "com conhecimento de causa"). Há pessoas a morar em bairros sociais que pagam mais por um quarto (quarto!!!) do que muita gente paga por uma casa num bairro histórico de lisboa. (não vou estar para aqui a explicar porquê, porque não acho que seja o melhor sítio para fazer relatórios de desconstrução de "clichés").

e já agora, para quem se preocupa mesmo com questões como o racismo, proponho que procurem a associação SOS Racismo (com quem o MATA já fez coisas) - acho que é o melhor sítio para discutir essas questões (e já agora, se forem à sede, terão o prazer de se cruzar com vários ciganos - já que a sede é num bairro social maioritariamente de ciganos e, claro, longe de transportes, não vão eles lembrar-se de sair todos os dias à rua (ironia - só para ser clara!))

desculpem-me a seca, mas não consigo ver comentários racistas e ficar calada. (já agora, também aproveito para dizer que tenho mais "medo" de brancos de cabeça rapada do que de "pretos", porque os primeiros, mais provavelmente serão assassinos - e moro nos suburbios, por isso não é por falta de experiência; e o departamento do tráfico de droga não é da exclusividade dos ciganos - é de quem precisa de comer e dar de comer a várias bocas, porque é uma forma bem mais rápida de arranjar dinheiro, é verdade e é também para quem precisa, por exemplo de ter uma shotgun em casa, não vá fazer falta sair à rua para matar "pretos" e "ciganos")

quanto à inutilidade das pessoas, queria só deixar a provocação: se eu vou ter que trabalhar que nem uma mula e deixar de comer bem para ter uma casa, porque é o filho do sr. belmiro pode ficar a curtir uma de "não preciso fazer um car****"? e, com azar (o meu) ainda vou ter que ser explorada por ele, enquanto ele se passeia por "cocktails" e "vernissages"...
essa gente é que é inútil e não dá valor (pelo menos o valor decente) ao trabalho nem sequer às pessoas... porque, já agora, as pessoas ainda são a "coisa" mais especial que podemos encontrar por aí (e o melhor motivo para querermos "mudar o mundo" e fazer "coisas boas" e não imbecis)

teria muito mais gosto em falar destas (e doutras) coisas "ao vivo" com esta pessoa e com outras, porque as pessoas são pessoas e não "nicks" que se desfazem na virtualidade sem expressão da internet.
mas na impossibilidade, fica já este comentário.

só para terminar, também dispenso o "cliché" do fidel, da coreia e das "torturas" da esquerda. só fala dessas coisas quem não quer discutir a sério, quem só vê a vida por "gavetas etiquetadas" e não se preocupa em perceber e analisar a realidade. (coisa que também não creio que seja para se discutir aqui)
e se o passado já não está nas nossas mãos, o futuro está lá à frente e só chegamos lá com os nossos pés e, porque não também, com as nossas mãos e cabeças. e por isso temos a responsabilidade (ou irresponsabilidade) de fazer escolhas que definem o futuro.

a praxe, por exemplo, é um tema tão importante (e não insignificante, como tanta gente diz e pensa) porque reflecte as podridões que tanto preocupam as pessoas como a CBA - as questões do ambiente, da desigualdade de gánero, das desigualdades sociais, do abuso de poder, das descriminações...
E é impossível querer mudar estas coisas "tão importantes" quando achamos que "pequenas coisas" que são o seu reflexo e a sua perpetuação são "mesquinhoces".

sem ironia, o "hasta la vitoria siempre" é a metáfora suficiente para a utopia, sem a qual é impossível querer mudar seja o que for. a utopia desenha os objectivos e os caminhos.
por isso, é um bom desafio: 'bora lá então!!!

Anónimo disse...

A parte mais cómica deste comentário é a afirmação de que ciganos não são parasitas.. distanciem racismo da realidade. Acordem para a vida. Acordem desse mundinho em que pensam que todos são estranhos, quando na realidade vocês são peças que não encaixam no sistema. São os restos podres do muro de berlim..

enfim.. haste la vitoria, siempre!

=p

Unknown disse...

Ainda bem que te chovem críticas em cima, é sinal de que a coisa por aqui anda saudável. Não vás tu pensar que és o único que pode criticar os "não-brancos" e os esquerdistas.

Eu gostaria de saber se o CBA já alguma vez foi a um bairro social e falou com os tais "vadios" a quem o Estado dá tudo. Palmita-me, só naquela, que não. Duvido que alguma vez tenha entrado numa casa dos bairros da Bela Vista em Chelas (para dar um exemplo), e surpreender-se com um Portugal que provavelmente nem imagina que existe. Eu, confesso, fiquei surpreendido - há mais vida para além dos filmes e das séries de televisão. E há demasiada vida podre, em condições que nenhum de nós deseja - nem sequer compreende. A falta de compreensão dessas condições é que leva aos clichés generalistas do tipo CBA.

É que se CBA diz que está farto de ver - eu só me pergunto ONDE? Gostava de saber como sabe que andam de Mercedes-Benz e têm casas pagas pelo Estado, e melhor ainda: como sabe que andam de uma forma ágil no mercado da droga? Será que CBA conhece bem esse mercado?

O CBA é limitado. Não há volta a dar. Como a sua argumentação é simples e não compreende a realidade que o rodeia critica acções que também deve ver com muita nitidez: esquerdistas a comer no McDonalds, ouvir Zeca Afonso no iPod ou beber Coca-Cola é precisamente a mesma coisa a ir comer (ou algo parecido) a vários outros retaurantes fast-food, ouvir música num discman da Sony ou da Phillips (só porque são japoneses e holandeses não faz deles menos capitalistas que a Apple) ou beber Sumol (que pertence à Coca-Cola). Também preferia poder ter essas coisas (ainda que dispense a fast-food e os refrigerantes) de outra forma, em que os meios de produção, fornecimento e atendimento não fossem através de mão-de-obra explorada e não enriquecendo os grandes capitalistas. Mas o consumo é uma realidade nesta sociedade, e eu escolho viver nela e critica-la, e tentar altera-la, ou viver numa redoma de vidro na floresta profunda (que ainda resta...).

O CBA, por outro lado, vive e consome sem se questionar. Faz tudo parte do processo natural desta sociedade, porque ele espera - ingenuamente - um dia estar no lugar de "topo", enquanto a pirâmide abaixo dele trabalha pelo seu lucro.

Cliché habitual é a utilização dos regimes autoritários de inspiração marxista, como a URSS ou Cuba; ou regimes autoritários reais com imagem comunista, como a Coreia do Norte; ou paraísos capitalistas com imagem comunista que meteram o Livro Vermelho de Mao Tse Tung num canto, como a China. Claro que CBA esquece-se que foi, essencialmente, o Marxismo que permitiu a organização dos trabalhadores em partidos (algo antes reservado para a burguesia) e sindicados. E foi isso que permite ter esta democracia liberal que tu tanto gostas, porque antes ou tinhas dinheiro, ou não tinhas. A nossa sociedade é fruto da adaptação do Capitalismo às ideologias Socialistas, combatendo-o dessa forma.

Sim, o CBA é racista! Se tivesse medo de negros na estação de comboios ou na rua não poderia sair de casa para o trabalho, na realidade, nem poderia entrar em casa porque dentro dela teria que ter medo. Nem vejo onde é que os ciganos prejudicam os trabalhadores, vejo sim esse problema em tipos como o CBA.

Que tu não queiras partilhar o teu mérito (aka salário) com quem "não merece" quando alcançares o topo parece uma lógica sem grande sentido. Chegares ao "topo", ou seja, seres patrão ou algo próximo, implica sempre estares dependente do trabalho dos outros - enquanto que os trabalhadores apenas dependem do teu capital.

Depois o CBA vem com paternalismos. Com a idade isto passa - o problema é que já me dizem isso à demasiado tempo para ser verdade. E conheço bastante gente que será bem mais velha que o CBA a quem esta "doença" não passou. Aliás, o meu mundo agora será certamente diferente do mundo do CBA na altura em que era militante do BE. Estar num partido implica seguir uma série de princípios, ideias e valores - nada mais natural. Eu como não milito em nenhum não devo essa fidelidade a ninguém - mas o CBA deve achar que toda gente do MATA é do Bloco de Esquerda ou do Partido Comunista, também porque é um cliché típico.

Enquanto vou a Cuba e já venho, ver o que já se espera, vai lá a um bairro social ver o mundo real.

Anónimo disse...

Título: "A identidade de CBA" ou "Esquizofrenia ou crise de identidade" ou "Quem é CBA?" ou "O que raio pensa o CBA?"

CBA não é "burocrata, nem capitalista", nem nada do que se disse dele (referindo-se à possibilidade de ser racista). No entanto, admite ter dito "mais do que queria", de ter "um posicionamento liberal em termos de economia" e claramente não gostar de "ciganos". Também não é "de esquerda" mas não o acusem de ser "de direita" pois não acredita ser "direitoso e conservador (ou seja estúpido)". Ri-se quando dizem que é do "do centro e tal".
CBA diz que foi "filiado no BE" e até fez "acções de protesto e cenas dessas." tendo percebido que o seu lugar não é "ao pé de gente que cantava hinos a fidel e che"
Diz que teve "sorte de sair desse mundo, que quase [lhe] fazia uma lavagem ao cérebro"
Desta forma, CBA não concorda com as pessoas do MATA, "a maioria comunas, leninistas, marxistas, trotskistas (e afins)" e acusa o Movimento anti-tradição académica de ser "tradicionalista, conservador ou simplesmente inferior". Apesar de desabafar um certo paternalismo ao "felicitar" o trabalho do grupo e "respeitar" as suas ideias, embora não escondendo uma "dose de ironia", acha exagerado "comparar a praxe ao paternalismo conservador" do Estado Novo. CBA, não é contra a praxe, porque é universitário e porque foi praxado.
Concomitantemente acusa os membros do MATA de "sectaristas e extremistas" elucidando o leitor que "as posições extremistas nunca funcionaram". No entanto e apesar de haver "muita coisa que [o] preocupa", acha que não é com um "queremos debater a escola com os novos alunos" que se é levado a sério.
Entre as coisas que o preocupam é a "desigualdade social" principalmente quando vê um "bando de negros na estação de comboios" (falaria de veteranos trajados? realmente assustam!...)
"E eu penso..."??

Mostrando uma ponta de sabedoria diz que as pessoas do MATA não se vão resignar, aliás nunca. Mas aconselha o contrário, fazer como ele. Num momento que provavelmente não se repetirá partilha-nos o seu sonho: CBA quer "ser alguém na vida!"; quer "lutar para chegar ao topo". Mas não quer partilhar o seu mérito com quem acha que não merece...

Anónimo disse...

Eu sou claramente visto neste meio como inferior. O que se passa é que são tão fechados que não conseguem ver mais alem dos limites do vosso mundinho. Eu gostaria muito de responder detalhadamente a todas as questões, mas escolho apenas algumas que me parecem mais importantes.

O que é que tem a ver o facto de eu ser racista com a evidência de que ciganos e negros têm uma percentagem muito superior de criminosos do que brancos? Mas isto parece uma estória da carochinha! Quando é que acordam? Mas estão a gozar com quem? Ciganos não são uns parasitas de merda? O que é que fazem para se integrar? É o trabalhador que trabalha e contribui com os seus impostos para se dar casas à borla? Mas com que lata afirma o Y o seguinte? "Gostava de saber como sabe que andam de Mercedes-Benz e têm casas pagas pelo Estado, e melhor ainda: como sabe que andam de uma forma ágil no mercado da droga?" Mas querem fotos? Ciganos a viver em barracas e com grandes carrões à porta. E depois vêm se queixar para a TV a pedir casas.. basta ir a um hospital. A relva é toda deles. Montam ali uma barracada, lavam roupa, gritam, correm, embirram e passam a frente das pessoas a dizer que querem ser atendidos. Mas que merda é esta? Se criticarmos somos racistas? Ah sim? Ou então nunca foram a uma feira. Então passem por lá e vejam a merda que anda por ali. Não dá para socializar com gente dessa porque eles não querem viver como nós. É tão evidente! Putos na TV a dizer que deviam haver turmas só de ciganos; as conversas dos putos quando fazem ameaças são do género: "olha que te corto a garganta"; droga? Como é que compram grandes carrões? Com que dinheiro? Aparece da droga, como é óbvio. Basta ir ao Bairro e ver.

Em relação aos negros, a grande maioria são trabalhadores. Mas agora que há maior percentagem de bandidos negros que brancos, ah isso há! Basta começar na Amadora. Queluz, Massamá, Cacém, Rio de Mouro, Mem Martins, Mercês.. bandos deles a assaltar nas estações e nas escolas. Agora digam-me que esses bandos não são formados por negros e maioria..

Tenham paciência! Aqui não é uma questão de racismo! Integração sim! Confronto e provocação não! Se eles querem viver connosco que respeitem as nossas regras. Alguém daqui já apanhou o comboio da linha de Sintra à hora de ponta? Já viram bem a selva que aquela merda é?! Gritos em crioulo, dreads a ouvir kizomba no telemóvel e afins. Agora também me vão dizer que não são pretos. São brancos, não?

O que ganho ou o que ganharei não vos dizem respeito. E o meu mérito é meu. Lá que sejam uns frustrados e que tirem cursos de merda na Univ de Letras, não tenho culpa. Queriam o quê? Que o governo vos desse um emprego? O que vocês cultivam é a mediocridade. E aí não dúvida nenhuma. A lei do mínimo esforço. Revolucionário até ao fim! E trabalhador de caixa até ao fim também! Ganham uma merda e são precários. Azar o vosso! Não serei indiferente a várias questões sociais. Se me sentir sensibilizado passo um cheque a uma instituição. Sem problemas! E também não me sentirei culpado por ganhar bem! Porque se ganhar bem, sei que foi por meu mérito! E alguém aí falou que vou ter alguém que me suporte. Alguém que será explorado por mim? Ou alguém que cagou na escola e saiu por escolha própria? Que culpa tenho eu disso? Devo sentir-me culpado? Não. Devo sentir-me orgulhoso de mim, e lutar para mudar um pouco o mundo. Não com blogs de treta, que manifestam muito por tudo e por nada, mas sim com ajudas reais: dinheiro! lol acredito que para vocês isto vos faça confusão: o que vale é o dinheiro, meus amigos.

Desde que esta saga começou ainda ninguém disse que percebia o meu ponto de vista! Apesar de não concordar com ele.. recebo até um elogio do Y a dizer que o CBA é limitado. Não será antes "O CBA é esperto"? Talvez a vida seja dos espertos. Tipos como vocês há por aí a dar com pau. Mas tipos como vocês que serão alguém na vida, não há quase ninguém. Não será estranho? É que quando começa a haver dinheiro, tudo se esquece. Até os grande hinos: "Aquí se queda la clara, La entrañable transparencia, De tu querida presencia, Comandante Che Guevara. Uma novodade, malta: Che era um assassino que fuzilava e matava em nome de uma revolução. E subsistiu até hoje a figura dele por causa de toda uma campanha de mershandising, em que aparece sempre associado à luta, à independência, a um certo romantismo.. engraçado. Se calhar foi esta sociedade consumista que vos levou o Che até às T-shirts!

Uma outra questão, para finalizar. Eu não sou a favor da praxe porque sou universitário (como alguém disse). Eu compreendo o significado da praxe, apenas. São tão fechados que não sabem respeitar as opiniões dos outros. Desde que começaram a comentar-me, não têm feito outra coisa que não insultar, acusar, alegar e por aí em diante. Sectaristas e fechados em si mesmos, num autismo profundo e um desligamento gritante da realidade. Este é o vosso retrato fiel! Não respeitam ninguém nem ideias contrárias às vossas.

Assim é que querem ter relevância no panorama político-ideológico? Não me espanta que o Alegre esteja mais interessado na malta da Roseta, que é mais moderada, do que um bando de revolucionários que ainda não perceberam que as coisas evoluem. Mais uma vez ficam para trás.. a única coisa que vos faz andar é a qualidade política dos líderes do BE e a popularidade "latifundiária" e "sulista" do PC..

Ah e não me sinto revoltado com o facto de estar esmagado por esta sociedade capitalista. Há exploração e salários baixos na China, no Vietname, no Laos, na Indonésia.. mas foi isso que manteve os portáteis a €600 e os nossos bens ainda acessíveis às nossas carteiras! Eu digo que a vida é assim. Sim, resigno-me. Tenho a perfeita noção de que nada que eu faça possa mudar as coisas. Mas isto também não vos interessava. É muito bonito estar em Portugal e falar mal de tudo e de todos. Difícil é passar a ter um estilo de vida mais modesto! Para vocês também seria difícil! A não ser que a vossa manifesta superioridade moral vos proteja disso, e já gora que vos dê comidinha à boquinha =p

Pessoal, mais uma vez, obrigado por fomentarem o diálogo!

Lembrem-se: "Já é tempo de embalar a trouxa e zarpar".. zarpai para o séc. XXI

Beijos e abraços, camaradas!

serraleixo disse...

CBA, por favor, não te faças passar por vítima ou coitadinho ou seja o que for que estás a tentar fazer. E vê bem como as coisas se passaram. Vieste a este blog (e olha bem para o teu primeiro comentário) dizer que somos isto e aquilo e que pensamos desta ou daquela maneira.

Começas por dizer que respeitas as nossas ideias. Uma vez que era ironia, segundo as tuas palavras, depreende-se que não respeitas as nossas ideias. Até posso acreditar que a parte da ironia se referisse apenas a quando dizes que a praxe é uma questão de primordial importância mas com o que dizes a seguir demonstras, claramente, que não nos respeitas nem um bocadinho. Porque para respeitar as ideias de alguém não basta só dizê-lo da boca para fora. Implica conhecer bens as suas ideias e não pegar em estereótipos do tipo Morangos com Açúcar e Manuela Moura Guedes para deitar abaixo. Isso não é uma crítica construtiva como tu dizes querer fazer e que nós até fizémos um bocadinho, hãm? Cada um de nós que aqui comentou pegou naquilo que tu disseste (até te citámos) e criticou o mais construtivamente possível com base na baralhada de ideias que tu aqui deixaste. Sim, é certo que também usámos um pouco de ironia e sarcasmo mas não é nada que tu não tenhas feito. Demos-te a provar do teu próprio veneno, não gostaste?
Disseste que somos comunas, leninistas, estudantes de letra, ciências sociais e merdas do género, conservadores, tradicionalistas, simplesmente inferiores (e ainda dizes que nós é que te vemos como inferior…), freaks de classe média alta, irrealistas, obsoletos (uma vez que dizes que somos de esquerda e a esquerda é obsoleta).

Enfiaste-nos numa caixinha feita por ti, cheia de preconceitos, rótulos, hábitos alimentícios (vamos ao mcdonald's??? por acaso não vou mas e se fosse?? tenho que viver como um eremita, e aí sim fechado para o resto do mundo, só porque acho que o mundo capitalista não nos - a nós humanidade e não uns poucos no mundo branco e ocidental - trás nada de bom), ideias fixas e tiradas sabe-se lá de onde pois não nos conheces de lado nenhum. Metes-nos no extremo daquilo que não gostas e tens a lata de nos chamar extremistas, com base em quê?? Tudo isto e não fui muito para além do teu primeiro comentário.
E apetecia-me continuar a analisar o teu raciocínio mas talvez já chegue... não?

serraleixo disse...

E sobre os ciganos lê esta resposta de um cigano ao Miguel Sousa Tavares depois de uma crónica sua sobre o incidente de Quinta da Fonte, onde expressava mais ou menos as mesmas ideias que tu:

«Nas últimas semanas têm sido muitos os artigos de opinião sobre o que se passou na Quinta da Fonte e que rapidamente se transformaram em artigos sobre a comunidade cigana. Neste sentido, achamos importante reenviar a resposta do Bruno Gonçalves, membro da direcção do SOS Racismo e da Federação das Associação Ciganas ao artigo de opinião do Miguel Sousa Tavares publicado no jornal expresso de sábado, dia 2 de Agosto, intitulado "Pobres e Mal Agradecidos".
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?sid=ex.sections/23491



Boa tarde Dr. Miguel Sousa Tavares, chamo-me Bruno Gonçalves e sou um cidadão português pertencente a uma comunidade cigana. Li com atenção a sua crónica no Expresso e pelo respeito k tenho pela sua pessoa enquanto escritor e comentador k mais aprecio em Portugal venho mostrar o meu desagrado pela paupérrima crónica que escreveu, isto porque o Dr. não fez o que se deve fazer quando não se conhece uma comunidade, o Dr. escreveu sem o mínimo de conhecimento das comunidades ciganas, escreveu daquilo que lhe passaram em criança que são os rótulos e as histórias fantamasgóricas que se criaram em 5 séculos de permanência em território português.
O Dr. fez acusações colectivas que ferem e muito a dignidade humana dos portugueses ciganos, a maioria que nada tem a ver com os comportamentos indevidos de alguns indivíduos que hoje são mediatizados pelas piores causas. Durante 500 anos fomos vetados ao ostracismo, a nossa linda história de Portugal omite o percurso deste povo que foi tratado como bichos, existe um passado traumático e até mesmo genocida por parte do aparelho de estado durante estes 5 e horríveis séculos que direccionaram uma minoria das comunidades ciganas para uma situação de pobreza e exclusão. Dr. o meu país é Portugal. não temos país de acolhimento, 90 por cento dos ciganos são vendedores ambulantes, trabalham, apesar de o senhor não o considerar nas suas matrizes de valor, pagam os seus impostos apesar da opinião pública inflamada pensar que não, todos os anos temos que renovar as nossas licenças de venda nas câmaras e juntas de freguesia e temos que apresentar o nosso irs e o respectivo comprovativo. Certamente que existem ciganos a fugir aos impostos como existem na sociedade maioritária. estou impressionado como chega aos 80 por cento de famílias ciganas a receber rsi, sou activista nesta área há 10 anos e nunca conseguimos obter tais números pois segundo a constituição somos todos iguais, se conseguiu esses números é formidável mas ao mesmo tempo a ISS está a cometer um crime incostituicional. Dr. a sua fonte não está correcta! São 413 mil os beneficiários do RSI em Portugal, os ciganos e estimativas não concluídas são cerca de 50 000, este estudo são das associações ciganas e de seus censos internos, para se acusar os ciganos temos também que analisar quais os outros pobres e mal agradecidos que não são ciganos!
Não é pela sua crónica cheirar a um pouco de racismo que vou deixar de apreciá-lo enquanto personalidade portuguesa. Mas aconselhá-lo a conhecer as comunidades ciganas no profundo, as comunidades ciganas são muito heterogéneas e com percursos na sociedade quanto a mim até muito produtivos depois de séculos de um interno pesadelo que o Dr. desconhece como a maior parte dos portugueses. Só pré 25 de Abril é que ligeiramente se abriram portas para uma cidadania plena e saudável que se ambiciona. Não queremos ser diluídos, queremos sim com a nossa diferença contribuir para a diversidade deste país, se e´que existe na realidade, ou é utopia!?
Terei todo o gosto em lhe enviar em breve se assim o desejar o meu livro que se chama "Conhece-me antes de me Odiares!" que relata a história e a cultura cigana de Portugal. Quero desmistificar mitos e uma visão romântica que não corresponde há realidade dos ciganos de Portugal e suas vivências.
Não pense que mais uma vez nos fazemos de vítimas, um abraço .

PS. Dr. e eu sei como é repugnante para si os crimes de pedofilia, seria justo eu conotar os crimes de pedofilia á sociedade maioritária!? Seria uma injustiça minha fazer pagar uma sociedade inteira por uns indivíduos. Dr. todos os dias fazem isto connosco, colocam todos no mesmo saco!

Bruno Gonçalves
»

Unknown disse...

Pronto CBA, não te vitimizes. Tu é que gostas de catalogar as pessoas segunda a sua etnia, estabelecendo uma hierarquia moral entre as mesmas.

"O que é que tem a ver o facto de eu ser racista com a evidência de que ciganos e negros têm uma percentagem muito superior de criminosos do que brancos?"

Poderias ter toda a razão do mundo (mas não tens), e ainda assim essa observação é profundamente racista e xenófoba. E ainda te enterras mais no resto da frase... Mas nada que me surpreenda. Sim, quero ver fotografias, dados, estatísticas e tudo o mais sobre essas afirmações. Sinceramente, não vejo problema nenhum em um grupo de pessoas sentar-se e comer na relva de um hospital enquanto espera pelas melhoras de um amigo ou familiar. Até acho isso bastante solidário, eu pelo menos se estivesse hospitalizado gostaria de me sentir acompanhado. Claro que o CBA só deve saber deste factor cultural porque passa pelo Hospital Santa Maria para ir ao ISCTE, é esta a sua noção dos ciganos. Aquilo que vê lá ao longe.

Mas é tão deprimente quando se vê malta aborrecer-se com a felicidade dos outros. Lembra-me o início da "Brain Damage" dos Pink Floyd: "The lunatic is on the grass". O Roger Waters escreveu isso porque quando andava na Universidade existia um enorme relvado (e ainda existe), mas ninguém o podia pisar, quanto mais sentar-se nele. Mas que raio? É um relvado.

Além do mais vou várias vezes à feira de Cascais e à do Relógio e nunca tive grandes problemas. Normalmente acabo por comprar umas meias, uns queijinhos e com sorte - muito de vez em quando - de encontrar uns discos antigos em bom estado bem baratinhos. De resto, não vejo qual é o problema das feiras. A não ser, claro está, o contrabando de DVDs copiados, coisa que existe provavelmente uma grande parte dos discos rígidos no país.

Na realidade não compreendo como isso te afecta tanto. A mim aborrece-me muito mais a praxe invadir o espaço público com os seus berros e torturas. Quando vejo malta com ovos e farinha no cabelo a fazer flexões no relvado da Alameda da Universidade faz-me bem mais confusão do que um grupo de pessoas beber, comer e conversar sentados na relva. Aliás, acho esta ultima actividade bastante normal, principalmente quando comparada (contrastada, na realidade) com a actividade praxistica. Não tenho culpa que já não te saibas divertir sem mandar nos outros e que te aborreças quando vês gente que o consegue fazer.

Depois dizes que a maior parte dos negros são trabalhadores, mas que há mais criminosos negros do que brancos. Também, novamente, me pergunto onde tu viste isso. Além de ser realmente impossível (a população caucasiana é demasiado superior à negróide, portanto nem que todos os negros fossem criminosos seriam mais que os criminosos brancos - mas enfim, esta teorização nem interessa nada), a criminalidade em geral está mais ligada a um problema de Classe do que a outro.

Exceptuando a burguesia que nos rouba a todos, os pobres roubam para comer, e em ultima instância, para poder usufruir de luxos que já não são luxos, mas sim coisas normais na vida quotidiana do início do século XXI. Ligares a criminalidade à etnia além de ser um erro crasso, não faz de todo qualquer sentido.

Além do mais, tu no ISCTE deves ter faltado às aulas de Metodologia, onde te iriam explicar o que é a análise científica. Veres um assalto numa estação de comboios por um grupo de jovens negros não significa rigorosamente nada para essa tua teoria. Era como eu dizer agora que ontem um tipo chamado João esfaqueou a mãe, logo todos os Joões esfaqueiam as mães.

Eu apanho a linha de Sintra todos os dias, e ando várias vezes de autocarro a horas de ponta, e o que vejo são pessoas que vão ou saem do trabalho. Selvas vejo eu quando um grupo de praxistas invade o metro na Cidade Universitária e começam com os típicos hinos machistas e as odes ao álcool e ao sexo (nada contra o álcool e o sexo, pelo contrário). Mas lá está, isso são comportamentos "normais" para ti, embora seja muito mais normal as pessoas falarem num dialecto que ambas conhecem (como o crioulo).

Também acho caricato partires do pressuposto que estudar na Faculdade de Letras é uma inutilidade e que as pessoas não querem é trabalhar. Até nisto tens preconceitos, o que é giro. Claro, para que servem as Letras nesta mundo? Na realidade, porque raio escrevemos? Ou estudamos a História? E ler, para que? É preciso é rentabilizar a mais valia.

Deves estar desfasado da realidade. A probabilidade de qualquer um de nós conseguir um emprego é cada vez menos, seja qual for a nossa área. Essa é a realidade. Há engenheiros e economistas inscritos em Centros de Emprego e em Empresas de Trabalho Temporário. Não é só malta de Letras.

Parece-me que ainda não ganhas bem, na realidade ainda não deves ganhar nada. Por isso, quando chegares ao mercado de trabalho talvez mudes ligeiramente de opinião. Quando passares tempo a penar porque não tens emprego, ou os €600 que ganhas não dão para pagares as contas, lembra-te: não é mesmo só o teu mérito que causa isso.

E para ti, todos os que estarão abaixo de ti (os que te proporcionam a grande oportunidade de mandares neles e obteres o lucro - à custa do seu trabalho) deixaram a escola. Mas é tão simples quanto isso!

E claro que não vais obter a minha compreensão, essa lenga-lenga já a conheço bem há algum tempo para dar umas palmadinhas nas costas e te dizer "sim, tens razão nisso, está bem...". O caralhinho! És racista, e tenho uma parca tolerância com isso.

"São tão fechados que não sabem respeitar as opiniões dos outros. Desde que começaram a comentar-me, não têm feito outra coisa que não insultar, acusar, alegar e por aí em diante."
Nada do que tu não tenhas feito até agora. Não vale a pena chorares por causa disso.

E depois misturas o Alegre e a Roseta nesta conversa. A Helena Roseta foi Presidente da Câmara Municipal de Cascais pelo PPD/PSD; depois mudou-se para o PS, sendo deputada na Assembleia da República; querendo se candidatar à CM de Lisboa, saiu do PS, porque sabia que iria ser eleita como vereadora, pelo menos. Claro que ela é moderada, com um percurso desses (sem a querer criticar, não acho o trabalho dela na câmara negativo). O Manuel Alegre é um chauvinista que andou durante anos a apoiar as políticas de direita do seu partido, fartou-se de esperar pela sua altura de ter algum destaque, ou zangou-se com a vida e decidiu tomar acções em vez de palavras (se bem que ainda não vi nada). Mas já que gostas de dizer que o Alegre gosta muito da Roseta (na realidade traiu-a, apoiando António Costa nas Intercalares, enquanto a Roseta apoiou (e muito) Alegre nas Presidenciais), ele parece andar bastante interessado em colóquios-amizade com o Bloco de Esquerda. Serão eles também moderados?

Mas como os partidos não me fazem andar a mim, nem ao MATA (espero!), não compreendo onde queres chegar, sinceramente...

"Ah e não me sinto revoltado com o facto de estar esmagado por esta sociedade capitalista. Há exploração e salários baixos na China, no Vietname, no Laos, na Indonésia.. mas foi isso que manteve os portáteis a €600 e os nossos bens ainda acessíveis às nossas carteiras! Eu digo que a vida é assim. Sim, resigno-me. Tenho a perfeita noção de que nada que eu faça possa mudar as coisas. Mas isto também não vos interessava. É muito bonito estar em Portugal e falar mal de tudo e de todos. Difícil é passar a ter um estilo de vida mais modesto! Para vocês também seria difícil! A não ser que a vossa manifesta superioridade moral vos proteja disso, e já gora que vos dê comidinha à boquinha =p"
Eu tenho a vida modesta que o meu salário me permite. E é bastante modesta, mas não me sentiria pior se ganhasse um pouco mais (porra, menos é complicado). Claro que para ti ainda é mais fácil apontares o dedo! Já que nada te interess, até agradeces aos trabalhadores explorados noutros países para poderes ter tudo o que tu desejas à vontade. Eu preocupo-me, magoa-me saber do que se passa à volta. É como a praxe, magoa de tanto ver.

Anónimo disse...

estes bloquistas metem-me nojo! e bom saber que o vosso próprio lider dá aulas numa universidade de gestão e nas aulas diz que o governo afinal ta a fazer bem, ou que vive num casarão enorme no saldanha.... e em público repudia a riqueza capitalista!
enfim vocês são mediocres! tanto a ESquERDA! como o MATA! vces sim fazem este país ser podre!
onde é que já se viu algum partido apoiar a liberalização das drogas?a Holanda que já teve essa política, já assumiu que é um erro! ou dizer que a culpa dos assaltos não é dos pretos e dos ciganos?
é verdade, como disse o Moita Flores e muito bem, desde o 25 de Abril a criminalidade aumentou 900% é coincidência não é? ou que 90% dos assaltos são cometidos por descendentes de Ex-emigrantes ou os próprios Emigrantes!
Vocês são tristes!
DURA PRAXIS SED PRAXIS!
P.S- concordo plenamente com o CBA em tudo o que disse! gente estranha quem estuda sabendo que vai para o desemprego. ha certas alturas na vida que ao invés de fazer o que se gosta se deve fazer o que se tem mais futuro.
não percebo como é que o retardado mental do Y dsse que as pessoas do ISCTE é que são as erradas neste mundo, quando nessa grandiosa faculdade(onde eu estudo)está entre as mais reputadas e com mais taxas de sucesso no país....
Enfim curem-se!
Ah e por falar nas praxes, essas continuam bem vivas no ISCTE com cada vez mais adeptos e a divertir toda a gente, de caloiros a veteranos!

Unknown disse...

Meu... Por onde começar?

Liderança: Não sabia que o Bloco de Esquerda manda em mim, se assim for anda a fazer um mau trabalho visto nem sequer votar no BE. A incompetência dos líderes deste país pá... Nem vejo relação entre uma coisa, o BE, e a outra, o MATA. Tem de existir relação? Eu cá espero bem que não.

Holanda: Não insultes a minha terra. Ora esta, sempre me dizem que a Holanda é a terra da liberdade e essas lenga-lengas quando afinal é a fundadora do capitalismo quando o conhecemos (as primeiras bolsas e bancos apareceram lá, e não foi por acaso). Que a Holanda tenha legalizado as drogas ditas leves por motivos meramente económicos não tenho eu culpa; nem tenho culpa que o actual Governo Holandês (coligação CDA-PvdA, equivalente ao CDS-PS) esteja pressionada pela UE/Alemanha em fechar vários coffee shops da capital também não tenho culpa. Nem o MATA. Nem existe relação.

Imigração: Que sejas racista também não tenho culpa. O MATA não o é, e ainda bem.

Moita Flores: Andas a ver demasiado os programas da tarde da TVI. Além disso, tenho algumas duvidas que o Francisco Moita Flores, tenha defendido tal coisa. Mas gostava de ver dados e provas sobe essas afirmações.

Emigrantes: Emigrantes são por portugueses que vão viver para fora de Portugal. Ou seja, estás a chamar aos portugueses emigrados noutros países de ladrões, o que me parece bastante estúpido, para além de mal educado.

Vocês são tristes!: DURA PRAXIS SED PRAXIS! - completamente de acordo.

Gostar de se fazer/Ter que fazer: Força nisso, vai ganhar dinheiro aos pontapés. Desejo-te a maior das sortes, tenho é duvidas que seja tão automático.

Eu que sou retardado: Nada tenho contra o ISCTE. Vocês é que têm contra Letras, mas eu não ando cá a querer competir entre faculdades.

ISCTE: Não é uma faculdade, ao menos vai defender uma coisa que saibas o que é. É um instituto superior, uma faculdade faz parte de uma universidade. (e gostava de ver dados sobre esse sucesso que tanto falas, não que duvide de tal coisa - mas gosto de coisas sem serem mandadas para o ar)

Praxes: Tu pareces divertido, até um pouco palhaço, disso não tenho grandes duvidas.

Anónimo disse...

Eu tentarei abordar a questão de uma forma mais ligeira.

O MATA, na sua inocência pseudo revolucionária, finge que não tem nada a ver com nada. Não é de esquerda e nem é de nada. E é isso mesmo: o MATA não é nada. O MATA aparece como o defensor dos caloiros.. ora, caloiros? Aqueles que têm a opção de ir embora e não ir à praxe? Aqueles que podem frequentar aulas ou ficar em casa, em vez de irem à praxe? Ah sim, esses mesmos! Bem, à primeira vista isto não parece ter muito sentido! Um caloiro, assim que aceita entrar na praxe, tem de jogar de acordo com as regras. Caso contrário nem valia a pena haver praxe. Pensando bem, é assim em todos os aspectos da vida! Ora vejamos: entramos num restaurante, temos de pagar; trabalhamos, não podemos faltar; estudamos, temos de passar.. há sempre a opção de não entrar, não trabalhar, não estudar.. assim já dava tempo para criar blogues como este!

Uma praxe não é mais que um conjunto de regras impostas aos caloiros que visam a integração. Regras essas que não têm qualquer validade caso o aluno opte por ficar em casa! A verdade é que não vejo nada (a não ser merdas de papeis a sujar o chão, com merdas escritas que não interessam a ninguém) por parte do MATA. Mas o MATA é o quê? Diz mal? Sim, diz! Critica? Pois com certeza que sim! Apresenta alternativa? Não, não e não! E está tudo dito, meus amigos. Como sempre, a esquerda (disfarçada) só contribui para piorar situações e apresentar propostas demagógicas! E não me venham cá com poesia (que vocês escrevem muito bem )e que têm argumentos para dar a vender! Eu conheço bem a vossa estória (e a história também).

O maior problema político em Portugal não é este Governo nem é a direita! O problema deste país é o cancro que é a esquerda. É o desespero das pessoas tornar-se tão grave que dão força, erradamente, a indivíduos perigosos para a democracia! E o MATA, assim como muita porcaria que para aí anda, é o reflexo dessas utopias e esquisitices que a esquerda cultiva! Por muitos nomes que nos chamem, como capitalistas, nós seremos sempre a classe dominante e vocês serão sempre os coitadinhos oprimidos. Coitadinhos.. vandalizam paredes, queixam-se se fazem merda e levam da PSP lol, estragam cartazes de partidos legais, defendem ciganos e pretos (a minoria que anda para aí a gamar, pois reconheço que a maioria é trabalhadora) e toda a merda que vier, recusam o fato elitista e a gravata de negócios.. enfim, um autêntico bando de aberrações! E não falo como menino bonito e riquinho. A maior parte das vezes pareço-me mais como um JCP do que um jotinha, mas.. lol nem sei o que dizer. Mais uma vez o desabafo: "enfim!"

Um dia hão-de compreender que o Che não põe a papinha na boca.

Espero por uma resposta inflamada e impecavelmente bem escrita!

PS: a questão dos ciganos nem foi bem aprofundada em comentários anteriores. É inacreditável como continuam a defender indivíduos com enormes carrinhas Mercedes, fatos impecáveis e caros, jóias, ouro, etc. Esses são os oprimidos? Mal educados, rudes, brutos, dominadores, agressivos e é o que se vê. É do senso comum que não se deve arranjar bronca com um cigano lol e não me venham cá com merdas que eu conheço muito bem o mundo da feira. Muito bem mesmo. E sei o que é trabalhar com ciganada. Isto é uma questão que foi passando. Defender mães solteiras, órfãos, pessoas sem abrigo ou desempregados é totalmente diferente. Sei que vocês se apercebem disso, mas nunca o admitirão. O cigano será sempre oprimido e tem de ser protegido.

Gostava de ter mais apoio de visitantes que não são extremistas! Até agora só uma pessoa me apoiou. Era porreiro ter mais força. Mais debate e confronto!

Um abraço e saudações centristas!

Unknown disse...

Eu não tenho grandes duvidas, eu sou de Esquerda. Mas acho que o MATA deve ser aberto a pessoas de todas as tendencias, ideias e afins, desde que sejam contra a praxe.

A opção de que tu falas, participar ou não na praxe, é amplamente condicionada. Isso é inegável. Quando tens uns tipos vestidos daquela forma a gritarem e a utilizarem argumentos tudo menos verdadeiros (como descontos nas fotocópias) é coacção, não é dar a escolher. Os exemplos que tu usas a seguir para justificar a coisa não faz sentido, são coisas bem diferentes do que a praxe. E essa tua insinuação de quem tem tempo para manter um blogue não trabalha faz ainda menos sentido. Uma boa parte dos melhores blogues portugueses, quer de esquerda quer de direita, é feita por malta que tem um trabalho. Aliás, tu é que deves ter bastante tempo livre para vires cá gastá-lo (eu não tenho assim tanto, mas gosto destas coisas).

A praxe é isso sim. É um conjunto de regras, algumas que vão contra a Carta dos Direitos Humanos e contra a Constituição Portuguesa, que visa a integração dos alunos do 1º ano na própria praxe. Não integra as pessoas na Universidade. Quanto à alternativa essa não tem de existir, acho que seguir os padrões ditos normais do relacionamento humano acaba por resultar muito bem. Conhecer pessoas a conversar, com ou sem copos, nos corredores, nos bares, através de outras pessoas. Isso não tem de ser organizado, acontece.

Deves conhecer pouco de História, de facto. Deve ser o teu problema com as Letras que te impede de analisares a coisa. Como é que o problema pode ser da Esquerda se esta não está no poder - o Governo - desde 1975? E quando esteve foi durante uns meses? Como é que pode ser quando uma boa parte dos analistas e economistas criticam as empresas por esta crise económica? O BPN também foi a esquerda, tendo em conta a malta do PSD que por lá andava. O Dias Loureiro, esse grande timoneiro da esquerda revolucionária, é que mandou aquilo abaixo...

Para um tipo que diz que respeita e nos vem chamar de porcaria és realmente esquesito. Quem me dera que o MATA fosse tão bom o quanto dizes, que realmente fosse mais utópico e lutasse dessa forma. Nem sabia que chamar-te de capitalista era um insulto, mas não o és? Tu és um porco racista também. Não me faz confusão nenhuma os imigrantes nem as pessoas em geral, a merda como tu, que não gosta de ninguém que seja diferente do cinzento, é que me mete confusão. É só isso.

Nem deixa de ser estranho vires defender esse partido "legal" que é o PNR. Vamos lá então falar desse partido, e do processo que condenou umas dezenas de skinheads nazi-fascistas e várias penas, da prisão a multas, por agressões e discriminação racial. Mas pronto, foda-se, o problema é quem (e infelizmente não fui eu) foi atirar um balde de tinta aquela ofensa que estava no Marquês do Pombal.

Que venhas defender a PSP em casos como os da Pereira da Costa, do Grémio Lisbonense e acontecimentos do género demonstra bem o que tu és. Vens aí defender a democracia quando depois defendes que a polícia faça cargas policiais indiscriminadamente. Defendes a democracia a insultar pessoas nao brancas. Vai p'ro caralho, é o que eu tenho para te dizer. Olha que porra!

Eu conheço muita gente da JCP, ainda que uma porção considerável não diga muita coisa que eu concorde, tu não pareces mesmo um deles. Lamento. Não sei com quem te dás para dizeres isso.

E que o Che não põe a papinha na boca eu bem sei. Aliás, muita gente sabe, é o trabalho. Coisa que tu deves realmente desconhecer.

Saudações bem vermelhas!

Anónimo disse...

Ó Y não gastes tempo com "gente" desta. Noutros tempos e noutros lugares já tinham ido fazer uma viagem grátis a uns paraísos que eu cá sei.


Só uma pequena observação ao dito "CBA", sobre o Che Guevara. Caríssimo, o Che Guevara é uma mera figura do Capital e sim, executou algumas pessoas, infelizmente poucas. Uma revolução requer mortes, e muitas, requer a destruição completa das bases que sustentam e engendram o actual sistema. O Che Guevara, devido ao seu voluntarismo, foi um moderado. Tal como o foram "assassinos" como Estaline, Pol-Pot, Mao ou Robespierre. Nenhum deles quis algum dia aniquilar a burguesia por completo. Eu quero-o. E é bom que sejas anti-comunista (mas do comunismo a sério, não das fantochadas do B"E" e do P"C") porque com esse discurso e vindo dessa classe bem podes temer pela tua miserável vidinha quando se der a última Revolução.

Anónimo disse...

LOL é que esta última bateu tudo! A última Revolução? Vocês serão sempre uns falhados e frustrados com a vida. A única revolução, essa sim, a sério, será quando mostrarem ser credíveis o suficiente para poderem guiar os destinos de país. Até lá, continuarão a ser os gajos do contra, nos quais nenhuma pessoa de bom senso votaria! Continuem assim! Preciso de alguém para explorar quando "for grande"!

Boas Revoluções, meus grandes malucos! Ah e digam-me, por favor, o que andam a tomar! Também quero apanhar uma moca como a vossa =D

Anónimo disse...

meu caro, eu não sou frustrado, sou um trabalhador explorado. é uma coisa que me aborrece, ser explorado. aborrece-me que a maior parte do meu trabalho seja de graça e que o patrão se alimente à custa do meu trabalho. eu sei que para ti isto não diz nada, afinal és de uma família proprietária de uma "pequena-empresa", o tipo de "gente" que me merece o maior desprezo.
repara, eu não acredito que o voto mude o que quer que seja. a História já o mostrou bastas vezes. das três vezes que a História se virou de pernas para o ar foi pela força das armas, pela força mobilizadora das massas exploradas contra "gente" como tu e a tua família de sanguessugas. logo eu não quero que ninguém vote em mim, até porque eu não quero ser líder de nada (eu sei que isto para ti é difícil de perceber, mas há quem queira ser homem a sério, e não animal). eu, ao contrário de ti meu caro, não quero viver à custa do trabalho de ninguém nem "liderar um país". esse destino está destinado às massas trabalhadoras, as mesmas que te põe a comida na mesa e roupinha nesse corpinho, que deve ser bom para uns trabalhinhos forçados.
quero viver à custa do meu trabalho, à custa daquilo que posso e sei produzir.
acorda para a vida, ser da classe trabalhadora é um orgulho para mim, ser da classe exploradora é uma condição animal. mas têm umas mulheres tesudas, que dá gozo foder.

e não me tomes por drogado. sei que adoras os clichés da burguesia a propósito da "esquerda" (provavelmente tudo o que conheces da "esquerda" são os clichés) mas ser drogado é próprio da tua classe, não da minha. afinal, é a tua classe que vende as drogas.

vai trabalhar para veres o que custa.

Filipa disse...

Eu não me dei ao trabalho de ler todos estes comentários com atenção devido ao numero e extensão dos mesmos.

De qualquer maneira, queria apenas dizer que estou farta que o meu dinheiro vá para os estupores que já me assaltaram 5 vezes perto de minha casa e que quase mataram um amigo meu à facada.
Estou farta desta teoria do "tirar aos ricos para dar ao pobres" quando os pobres são os podres da sociedade que não se querem integrar (simplesmente porque a vida do crime, infelizmente, compensa, dá muito dinheiro e dificilmente são punidos).
Estou farta de dar dinheiro para construir bairros para estes merdas destruírem ao tiro.
Chamem-me o que quiserem. Na verdade somos todos racistas. Tanto eu que atravesso a rua quando vejo um tipo cujo aspecto ou atitude não me agrada, como vocês que insultam as tunas apenas porque sim ou que gozam e atacam as pessoas que não pensam como vocês.

A única coisa que li por aqui foram comentários gozões e ofensivos contra qualquer um que não esteja de acordo com a ideologia do MATA.

Também vocês são racistas e sabem-no.

Unknown disse...

Se te queixas do facto de eu ser insultuoso chamares de "merda" pessoas porque são pobres e imigrantes parece-me não só insultuoso, como extremamente estúpido.

Filipa disse...

Estou a chamar merdas aos parasitas da sociedade. Não creio ter falado em sítio algum em imigrantes. E os pobres de quem falo nem sequer são assim tão pobres, a maior parte tem mais dinheiro do que eu alguma vez verei à frente.

Da próxima vez tenta ler o que eu escrevi e não aquilo que tu queres ler.

Unknown disse...

Tu é que começaste por estar do lado do discurso do CBA e do EU PRAXISTA, que são claramente racistas...

E eu cá me pergunto de que pobres falas tu...

Filipa disse...

Com esse comentário só me dás razão. Como não concordo com o que tu pensas atacas-me. Muito bem, é uma atitude de louvar, muito maturo da tua parte. No entanto, tanto o CBA como o EU PRAXISTA como tu e eu somos racistas, caso contrário nem eu comentaria aqui nem tu responderias ao que eu estou a escrever. Acredita quando digo que todos nós somos racistas.

Quanto à parte dos pobre, pelos vistos não leste o que eu escrevi. Falei dos podres da sociedade, os tipos que tu vês todos os dias nos telejornais e que lês todos os dias no jornal, que vandalizam tudo por onde passam, pintam as paredes do meu prédio com tintas e sprays, que assaltam, roubam e matam e depois se dizem excluídos da sociedade.

Não sei quanto a ti, mas eu acho que tenho o direito de não gostar deles e de não os respeitar.

Unknown disse...

Não. Eu não concordo e respondo, não te ataquei. Essa lógica de argumentação que tu utilizas é velha, demagógica e fácil de contrariar. Se vieste aqui para discutir tudo bem, receberás respostas - mas não te queixes se não aguentas com as mesmas.

Eu não sou racista, não tenho esse peso na consciência nem leste nada de racista em todas as minhas respostas. Por isso não acredito no que tu dizes, ainda me conheço melhor a mim próprio do que tu...

E menina, que tu leias o Correio da Manhã e que te limites a isso, não tenho culpa...

Tens esse direito, não deixa de ser estúpido.

Filipa disse...

racismo


s. m.,
doutrina que tende a preservar a unidade da raça e assenta na suposta superioridade de uma raça que se confere o direito de exercer domínio sobre as outras;
reacções ou atitudes que se harmonizam com esta teoria;
mostras de hostilidade face a um grupo social ou étnico.



Não sei que noção tens de racismo, mas a meu ver tu és racista porque queres acabar com a tradição académica, porque queres acabar com as tunas por exemplo.

Eu não me queixei de nada, apenas disse que somos todos racistas, o que é verdade. Mesmo que para ti o racismo seja um tabu ou um palavrão muito feio.

Sempre pensei que o 25 de Abril tinha tudo a ver com liberdade e liberdade de expressão. Tentar acabar com a tradição académica apenas porque tu não gostas é, a meu ver, uma forma de opressão. Ou será que estou enganada?

Tens tanto direito a não gostar como eu tenho de gostar da tradição académica.

Não gosta, não come.

Já agora, quando chamas estúpido ou xenófobo a alguém, isso é um insulto.

Filipa disse...

E menina, que tu leias o Correio da Manhã e que te limites a isso, não tenho culpa... --> queres dizer com isto que eu estou enganada e que a criminalidade em Portugal é apenas um mito, ou não é tão alta quanto isso? Se assim é, não sei em que parte do país vives, mas por estes lados eu tenho medo de sair de casa à noite, não pelo que vejo ou leio mas pelo que passei até hoje.

Unknown disse...

Considerar que quem pratica a "tradição académica" faz parte de um grupo social é discutível (étnico parece-me impossível). De qualquer modo, isso não faz de mim racista, embora te desse jeito.

O fim da "tradição académica" em geral, e em particular da praxe, faz mais parte da luta anti-racista e anti-fascista do que outra coisa. Quando a praxe é hierárquica e autoritária faz sentido existir quem diga "não". É que dizer "não" e ser contra determinadas práticas e ideias fez com que o 25 de Abril acontecesse. De facto, o Dia da Liberdade não é só amor e fraternidade - também foi luta.

Por isso não, eu não sou racista. Não discrimino imigrantes nem pessoas de outras etnias que não a minha. Combato ideias reaccionárias que eu acho que põem a causa a nossa Liberdade. E, naturalmente, isso não faz de mim racista.

Acho as tuas ideias estúpidas, como achei os comentários dos outros xenófobos. São opiniões, não insultos. Se assim fosse também tomaria como insulto chamares-me de "racista" - e eu cá apenas levo isso como uma falha na tua argumentação.

Unknown disse...

Não sei como está a criminalidade em Portugal. Não consegui acreditar na "onda de criminalidade" do passado verão, isso pareceu-me demasiado exagerado. Mas também é natural de que com a deteorização das condições sociais e económicas (temos uma parte considerável da população próximo ou abaixo do limiar da pobreza) a criminalidade tende a aumentar.

Mas tu confundes isso com vandalismo - seja lá o que isso for. Grafitar paredes é prática comum pelo menos desde os anos 80 (antes a malta usava pincéis e tinta) e pode ter um valor artístico, andar a destruir tudo o que aparece à frente também me parece um exagero. Nunca vi nada desse género, nem tenho dados sobre a existência frequente desse tipo de acontecimentos.

Eu vivo em Lisboa e é uma cidade que conheço relativamente bem, já andei por quase todas as zonas, e não tenho medo de andar na maior parte delas, seja a que horas for.

Filipa disse...

Eu não descrimino imigrantes ou pessoas de outras etnias, disse isso em algum lado?

Não suporto os auto denominados "gangsters" que acham que é "cool" ser fora da lei, cujos rituais de iniciação passam por assaltar ou até mesmo matar alguém.

só para teres uma ideia, eu fiz o meu 5º e 6º ano na preparatória Luís de Camões, no Areeiro, o 7º,8º e 9º nos Olivais, o 10º e 11º em Moscavide e o 12º em Chelas. Nunca me aconteceu nada quando morava nos Olivais. Desde que mudamos para uma casa melhor na expo já fui assaltada 5 vezes.

Achas isto justo? De quem é a culpa, é minha por ter ficado um bocado melhor a vida, ou é dos tipos que andam por aí a assaltar quem tenta levar uma vida honesta?

Estes tipos podem ser brancos, pretos, amarelos, azuis às pintinhas roxas, não me interessa, não tenho nada contra os pais deles. Não gosto é que me levem as merdas que eu comprei com o dinheiro que me custou a ganhar apenas porque é fixe (ou porque razão for).

Obviamente que não gosto deles,e não lhes quero dar nada. Isto é estúpido?

A maneira como falas diz-me que nunca foste assaltado.

Enfim, já que me desviei completamente to assunto inicial.

Basicamente, não gostas da praxe ou da tradição académica, então bom para ti.
Eu estou na tuna (sou caloira), é espectacular e tenho aqui amigas para a vida. Não sei que ideia tens tu das tunas, mas aqui há gente extremamente inteligente, que acaba os cursos no tempo devido e de certeza que com melhores notas do que muitos de vós, há gente que não bebe e há gente que se levanta de manhã para ir à missa se for preciso.

Unknown disse...

Isto está a não ter nexo nenhum. É natural que não gostes de ser assaltada, eu também não gosto (já aconteceu, não te preocupes). Acho apenas limitativo analisares a criminalidade como "eles levam-me as coisas - eles são maus". Quando a realidade não é assim tão simples...

O teu ultimo parágrafo foi completamente sectário e moralista. Nunca ninguém aqui disse que a malta que praxa é simplesmente burra e não acaba o curso, eu pelo menos não o digo. E na realidade isso é completamente irrelevante para o que se está a discutir. A praxe é uma merda porque humilha, é autoritária, hierárquica e uma falta de respeito pelo ser humano. É pura e simplesmente isso. De resto, se os praxistas vão à missa, acordam a horas para ir às aulas e têm boas nota é me completamente indiferente.

Filipa disse...

A praxe é uma merda porque humilha, é autoritária, hierárquica e uma falta de respeito pelo ser humano. -> certamente que qualquer ser humano que adere à praxe de livre vontade é, estúpido, burro ou simplesmente masoquista. É o que qualquer pessoa pensa ao ouvir isso. Queria-te mostrar que isso não tem de ser propriamente verdade, só porque tu acreditas que sim.

Não tenho nada contra o MATA enquanto associação, mas não gosto de os ver a vandalizar universidades. Eu enquanto tunante nnuca vandalizei o que quer que fosse, nem sequer gosto de beber, adoro musica e adoro tocar em palco e não consigo ver o que tem o meu grupo deerrado.

Seja como for já são 3 da manhã, e não vale a pena discutir o que quer que seja com alguém que não está interessado em ouvir e/ou aceitar a opinião dos outros (mesmo que esta seja racista, xenófoba ou simplesmente estupida), como tal, boa noite e tenha uma boa vida.

Unknown disse...

Eu já "aderi" à praxe, não me podes mostrar muito mais... Na realidade não acho que quem "adira" à praxe seja simplesmente estúpido (eu fui, admito), é condicionado para tal. A praxe, infelizmente, já é algo considerado normal.

E não é preciso muito para perceber que não é algo normal, que humilha com as suas "brincadeiras".

O MATA não vandaliza nada, pinta paredes. Isso, na realidade, não tem nada de errado. Se for pensar como tu a música das tunas em locais públicos também pode ser considerado poluição sonora que me vandaliza os ouvidos, as agressões constantes na praxe quando eu as vejo vandalizam-me os olhos. Murais? Não me voltes a falar do 25 de Abril e de Liberdade se fores falar assim de murais (nessa altura faziam-se murais por tudo e por nada, e era bonito).

Se eu não estivesse interessado em discutir já teria parado de responder há muito tempo, não?

Filipa disse...

Existem murais bonitos e lixo... que é o que o mata tem feito. E de certeza que não é legal... ou tem autorização/autoridade para tal?

Cantar na rua ou praxar/ser praxado é algo que naquele minuto está ali e no minuto seguinte já não está. O que escrevem nas paredes e os desenhos que fazem (que dificilmente podem ser considerados arte, liberdade de expressão ou bonitos) ficam lá até alguém ter de gastar dinheiro dos impostos para pintar a parede toda de novo.

Quando vamos cantar para a rua é porque precisamos de dinheiro para qualquer coisa (geralmente para pagar o traje a alguém que não o pode comprar), não é para marcar a nossa posição ou para falar mal do mata ou do que quer que seja.

Não tenho nada contra o mata. Desde que me deixem e paz eu não me chateio. Acho que algumas das coisas que fazem (como pintar paredes) são imaturas e simplesmente estúpidas e desrespeitosas para com a sociedade. O facto de não pensares assim não te dá o direito de me chamares estúpida ou ignorante.

Agora é mesmo, boa noite de vez o/

Unknown disse...

É lixo porque não concordas com a sua mensagem, apenas isso. Mas, como deves saber, o tempo da censura já acabou naquela bonita data do ano de 1974 que recuperaste à bocado.

E é legal. Lamentavelmente este país vai de mal a pior ao nos permitir pintar murais.

Dificilmente podem ser considerados arte ou bonitos é discutível. Podemos discutir o que é a Arte, mas aí sim, nunca mais daqui saíamos. Mas que é uma manifestação de liberdade de expressão é. Tu é que não gostas... e isso é bem diferente. E na minha opinião não têm de gastar dinheiro a pintar por cima, e se te queres queixar para onde vai mesmo o dinheiro dos teus impostos não culpes ao MATA. Vai a um balcão do BPN.

E já te disse para não te queixares do que te chamo e argumento se estás na mesma sintonia desde o início.

Filipa disse...

É lixo não por não concordar com a mensagem mas sim porque é feio. Existem muitos "murais" por Lisboa com mensagens parvas mas que mesmo assim não deixam de ser bonitos (o que não faz deles mais legais que os outros).

Deduzo que para pintarem as paredes das universidades tenham a permissão da reitoria das mesmas, visto que é propriedade privada. Caso contrário não é liberdade de expressão - é vandalismo.

A lei n.º 97/88 define, no artigo 3, que «a afixação ou inscrição de mensagens de propaganda é garantida, na área de cada município, nos espaços e lugares públicos necessariamente disponibilizados para o efeito pelas câmaras municipais». No caso de lugares ou espaços de propriedade particular, a afixação ou inscrição de mensagens de propaganda «depende do consentimento do respectivo proprietário ou possuidor e deve respeitar as normas em vigor sobre protecção do património arquitectónico e do meio urbanístico, ambiental e paisagístico».

Portanto parto do princípio que os "murais" que se encontravam pintados nas paredes do instituto superior técnico ou na parede da cantina da cidade universitária tenham sido autorizados. Caso contrário estão a transgredir a lei, parece-me.

Hoje aconteceu algo que veio mesmo a propósito do que li ontem nos primeiros comentários deste post. O meu irmão e um amigo foram atacados por um grupo de cerca de 20 ciganos. Ao que parece o amigo dele bateu num rapaz que o tentou assaltar no início da semana e este chamou os amigos e família para "ensinar uma lição" ao rapaz que se recusou a dar o telemóvel. Felizmente ambos estão bem à excepção de um olho (muito em breve) negro e algumas nódoas negras e estão neste momento na esquadra a identificar os rapazes que os atacaram.

Se o facto de eu não querer estes tipos no meu país faz de mim racista então seja. Não me venham com a história do "Coitados, são marginalizados, a culpa não é deles, é nossa." Já tive colegas de etnia cigana e simplesmente não se pode confiar neles, são má gente, os poucos decentes acabam por se afastar das comunidades (ou são expulsos por tirarem um curso superior ou por casarem com alguém que não é cigano).

Peço desculpa por estar a divagar sobre algo que não tem muito a ver com o que se estava a discutir, mas esta situação irritou-me mesmo.

Unknown disse...

O ser feio é demasiado subjectivo para ser alvo de discussão. Parece-me apenas que te irritam os murais do MATA porque não concordas com eles no teu mundo limpinho cheio de gente com trajes académicos.

Mais uma vez mostras a tua arrogância e desconhecimento. Uma coisa não é liberdade de expressão ou vandalismo. Isso não faz qualquer sentido. E, como deves saber, as instituições públicas pertencem ao Estado, não as tornando entidades privadas como as restantes. Mas não te preocupes, não é mesmo ilegal, já confirmámos - ainda que coles isso aí.

E se nós estivermos a transgredir a lei, também o estão a fazer as Associações de Estudantes, Conselhos de Veteranos e empresas que organizam os festivais académicos. Porque se formos considerar como propaganda tudo, ou seja - também cartazes, esses são colocados por todo o lado. Mas o teu cinzentismo não te permite ver isso.

Sim, isso faz de ti racista. Uma coisa é seres contra a criminalidade, outra são comentários racistas. É que os ciganos também são portugueses e isso faz este país deles também. E, claro, ser cigano não significa que se é ladrão. A tua frase continua no mais belo racismo primário, o argumento típico: "eu conheço alguns e não são de confiança". Como se isso quisesse dizer alguma coisa.

Não somos todos racistas nem todos nós deixamos que um acontecimento tolde o que pensamos sobre uma etnia ou grupo. É que se assim for os brancos são todos uns grandes malandros, e exemplos para isso não faltam durante todo o século XX.

Vê lá se abres essa coisa que tens à volta do cérebro, só te faria bem.

Filipa disse...

Mais uma vez os insultos... Que bonito, que maturo, que atitude tão bonita. Espero que quando tiveres filhos para criar os ensines melhor que isto. É pena, pensei que tinhas dito que querias debater o assunto e ouvir/aceitar as opiniões dos outros.

Quanto à parte do racismo, sim, não gosto de ciganos. Se quiseres vai morar com eles nos bairros sociais, vai acampar para o hospital Dona Estefânia e comer os pavões com eles, parece que neste país o mais importante é o bem estar dos outros, os que já cá estavam antes que se lixem, já tiveram o tempo deles.

Este país não precisa de gente como tu ou como o senhor pseudo-engenheiro Sócrates, vigarista de primeira apanha que nem o curso foi capaz de acabar e pior ainda, que não é capaz de o admitir.

Estou farta desta discussão de surdos, não gostas da tradição académica azar o teu, vais ter de viver com isso. Tanto tu és livre de não gostar como eu sou livre de andar na tuna e de ser praxada se assim o quiser.

A liberdade de Expressão de que tanto gostas funciona para os dois lados, tanto para o que tu queres como para o que tu não queres e o tentar acabar com a Tradição Académica é opressão. Sou livre de estar na tuna e gostar, de trajar se quiser, de ser praxada e praxar quem quiser ser praxado.

Já disse e volto a dizer, não gosta nao come. É assim que funciona quer gostes quer não. Aprende a aceitar os outros como são e aí sim, já podes dizer que não és racista.

Unknown disse...

Mas que insultos? Por favor, não me peças um discurso todo bonitinho, até porque tu não o tens. O teu rol de generalizações, insultos não prima pela decência. E se considerarmos a discriminação racial como um insulto (não esquecer que é algo ilegal) não terias grande moral para te queixares.

A mim preocupa-me o bem estar de todos, sejam brancos, negros, ciganos ou às bolinhas azuis e cor-de-rosa. Que tu só estejas preocupada com os brancos, os que "cá estavam antes" (quem são?), é bastante limitativo.

Insultuoso é comparares-me ao primeiro-ministro José Sócrates. Essa não percebo de onde saiu, nem percebo sequer a sua lógica. Nada sabes sobre o meu percurso académico nem de trabalho para fazeres essa comparação. Essa do "este país não precisa de gente como tu" é bastante representativa de um certo não-pensar generalista.

Sim, és livre para seres praxada e andares na tuna, nem é isso que está em discussão. Está em discussão o que a praxe representa, e já disse várias vezes que o que representa é perigoso e uma merda. Tal como o racismo que tanto apregoas.

E mais, eu não te estou a oprimir. Não te vitimizes, isso é ridículo. Lutar pelo fim das praxes, do racismo é a mesma coisa do que lutar pelos direitos humanos, se achas que isso é opressão é porque tu tens alguma dificuldade em viver em democracia - não sou eu.

Essa tua lógica está bastante deturpada. Vitimização constante é o teu argumento. Repara que ninguém aqui te quer proibir de nada, apenas luta contra uma actividade que considera desumana. Deves achar que todas as conquistas sociais se fizeram do nada e que não teve resistências de pessoas como tu. Mas no entanto elas dão-te jeito para dizeres o que bem te apetece e poderes ter certas regalias sociais.

Filipa disse...

Onde é que me vitimizei? Eu não tenho problemas com o mata querer acabar com a tradição académica (e sim, acho que é uma tentativa de opressão), no dia em que estiverem sequer perto de conseguirem isso então sou capaz de começar a protestar contra o tal movimento, mas acho difícil.

A praxe tem como objectivo a integração, conhecimento e divertimento de um grupo de pessoas que vão ter de aprender a trabalhar e a viver em conjunto durante os próximos cinco anos. Consistem maioritariamente em jogos infantis, tirados de livros para educadores de infância e de jogos de confiança e desinibição tirados de cursos para monitores de colónias de férias, cursos de teatro e grupos de escuteiros. Tem de haver uma hierarquia (como em tudo tem de haver alguém que "mande" e alguém que controle os que "mandam" tal como acontece numa empresa por exemplo) onde os que estão acima são pessoas mais velhas e portanto que se espera serem mais responsáveis e com mais experiência.
No fim da semana de praxe há um desfile que acaba num baptismo onde os "bixos" passam a caloiros e estão portanto aptos a entrar na vida académica.

Tudo isto é uma brincadeira com o intuito de formar um grupo coeso de gente que vem de todos os sítios do país (e que muitas vezes caem do céu na faculdade, numa cidade desconhecida onde não conhecem ninguém) e de forma a dar algum apoio aos que precisam, os que ainda não têm sitio para ficar são ajudados a encontrar casa perto da faculdade, os que precisam de transporte para casa passam a ter boleia, quando precisam de conselhos relativos ao curso ou apontamentos os mais velhos sabem exactamente onde os arranjar e o que vale ou não a pena comprar.

Quem não quer participar na praxe não participa, ninguém é obrigado a isso. Tenho dois amigos que entraram este ano no meu curso e que se declararam anti-praxe. Claro que não foram assistir às praxes, mas foram ajudados em tudo o que precisaram e pediram, onde comprar o material necessário, ajuda para relatórios ou apontamentos, etc, etc.

É pena que haja sempre gente a usar a praxe para magoar ou humilhar outros, infelizmente existem pessoas que simplesmente não têm consciência dos seus actos.

O conceito de praxe não tem de ser "perigoso e uma merda". Lá porque tu tiveste uma má experiência e conheces gente que também teve, não quer dizer que seja de todo algo mau, é exactamente o que me criticas por ser racista em relação aos ciganos - tive más experiências com eles e conheço muita gente que também teve, logo não gosto deles e acho que são todos perigosos.

Unknown disse...

Vais-me dizer de que cursos e manuais de educadores de infância foram retirados esses "jogos" que se fazem nas praxes. Tenho aqui uma biblioteca ao meu lado só com essa temática e facilmente não encontrarei a utilização de objectos cortantes, simulação de actos sexuais ou utilização de alimentos estrados para sujar o cabelo. Nem verei nenhuma lista de insultos para aumentar rivalidades entre escolas e cursos.

Andei durante 5 anos nos escuteiros e também não presenciei nem participei em nada que estivesse relacionado com o que se pratica na praxe académica.

No máximo poderás comparar a praxe académica com as praxes militares e outros abusos que se passam nas forças militares (que parece que levaram alguns alunos do Colégio Militar recentemente ao hospital).

Não sabia que nas relações humanas, entre colegas, tem que existir uma organização hierárquica semelhante à de uma empresa. Desconhecia, por completo, tal facto. Nem sabia que a nossa sociedade ainda vivia de acordo com a hierarquia etária do ancião que com a sua sabedoria comandava a sua aldeia. Nem sabia que o patrão tem que ser mais velho que os seus trabalhadores. Mas que mundo de novidades que me estás a dar.

Não sabia que as pessoas antes de entrarem na faculdade nada sabem e portanto não conseguem criar laços. E a existir integração das pessoas com maiores dificuldades em socializar não me parece minimamente produtivo a humilhação a que são sujeitos. Parece ser uma lógica bastante simples.

É que o que tu descreves lembra-me o processo da Máfia nos EUA. "Está tudo tratado, desde que nos sirvas."

Como deves calcular não me baseio apenas na minha experiência e dos que eu conheço. Estudei em duas faculdades, trabalho numa escola superior e no início dos anos lectivos vou ver o que se anda a passar... A praxe é igual em todo o lado.

Tu não gostas de ciganos porque és preconceituosa, nada conheces da cultura cigana nem queres conhecer. Eu sei bem o que se passa na praxe, passei por ela e vejo-a todos os anos em vários pontos da cidade.

Filipa disse...

Quem fala assim não faz ideia do que é a praxe. Tenho pena que nunca tenhas experienciado a praxe como ela deve ser. Nunca tive comida no cabelo, ou me obrigaram a fazer o que quer que fosse de cariz sexual, nunca fiz nada que envolvesse objectos cortantes. E quanto às musicas e aos palavrões só canta quem quer, eu não gosto de dizer palavrões e nunca cheguei a cantar as musicas do meu curso, porque tenho hipotese de escolher.

Adere à praxe e à tradição académica quem quer, somos todos maiores de idade e em principio todos temos alguma inteligencia para dizer não ao que não queremos. Eu gosto da praxe, gosto de ser praxada, gosto da tradição académica e acho estúpido tentar abulir a praxe, simplesmente participa quem quer, quem não quer participar diz não e acabou a historia aí. Não defendam quem não precisa, quem não quer ser praxado diz não.


"Não sabia que nas relações humanas, entre colegas, tem que existir uma organização hierárquica semelhante à de uma empresa. Desconhecia, por completo, tal facto. Nem sabia que a nossa sociedade ainda vivia de acordo com a hierarquia etária do ancião que com a sua sabedoria comandava a sua aldeia. Nem sabia que o patrão tem que ser mais velho que os seus trabalhadores. Mas que mundo de novidades que me estás a dar." --> Este paragrafo é simplesmente idiota.

Primeiro de tudo, é necessário haver uma hierarquia exactamente para minimizar abusos de uns para outros, não se trata de hierarquizar relações pessoais mas sim ter monitores durante um jogo. O presidente da comissão de praxe não está lá por ser o mais velho mas porque, visto que somos quase todos pré-adultos, e muitos de nós são ainda adolescentes, convém que quem está mais acima seja alguém mais responsável e com mais experiência, essa pessoa é geralmente eleita e não tem de ser propriamente a pessoa com mais matrículas ou mais velha (tendo de ter obviamente um numero mínimo de matriculas para tal).

A nossa sociedade não tem uma hierarquia totalmente etária mas sim (ou pelo menos assim deveria ser, infelizmente não o é) baseada na experiência e na vontade de trabalhar e fazer o que é correcto.

Não vale a pena discutir contigo porque tu lês aquilo que queres e não aquilo que escrevo.

Filipa disse...

Tu não gostas de ciganos porque és preconceituosa, nada conheces da cultura cigana nem queres conhecer. --> conheço muito mais que o que pensas. Isso não me faz gostar mais das pessoas.

Anónimo disse...

O Y é, resumindo, um produto da esquerda. Lavagem ao cérebro completa e inutilidade para a sociedade garantida.

Vocês são uma praga. Radicais que estão completamente deslocados da realidade. Em termos grosseiros, continuam a ser uns coninhas e uns esquisitos. Eu cá vou tentando adaptar-me e, apesar de certas coisas na vida serem fodidas e injustas, não é com "luta" que as vou melhorar.

Filipa, não vale a pena tentar fazer com que nos compreendam. Eles vão continuar a ser exactamente aquilo que criticam na direita: são retrógrados, tradicionalistas e conservadores.

Eu já perdi a paciência ara insistir com argumentos. Já me apercebi do nível em que estão: ponto de não retorno, o que é um orgulho para vós, certamente.

Unknown disse...

Dizer que eu não sei o que é a praxe, tendo levado com ela, ter sido estudante em duas faculdades diferentes e trabalhar numa escola superior é no mínimo ridículo. Claro que sei o que ela é, vejo-a todos os anos.

Tal como dizer que a praxe é opcional e que não existe nenhuma tentativa de coacção é ser irrealista. Existe chantagem, existe manipulação e existem abusos demasiado frequentes. O MATA não é um movimento de defesa do pobre caloiro praxado, é um movimento que quer o fim das praxes porque elas são retrogadas, abusivas e atentados nítidos aos direitos humanos (vide a Carta dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas).

A comparação entre a hierarquia da praxe com monitores de um jogo não tem sentido algum. Os abusos vêem de cima para baixo, não são os caloiros que rapam os testículos aos veteranos, mas sim o contrário (foi um exemplo de uma prática praxística, existem tantas outras).

Muito bonito - fazer o que é correcto. Então deixem-se de merdas e que termine a praxe!

E a Filipa termina novamente com a vitimização fácil. Eu leio o que tu dizes e respondo-te por parágrafos, pode haver coisas que me escapem, mas respondo a tudo. Temos é óbvias divergências, não me podes pedir que concorde simplesmente contigo. Vá, não sejas tão pré-adulta ao ponto de fazeres birra.

O CBA, por outro lado, argumenta de uma forma pobre como sempre. O problema dele nem é tanto a praxe, é a Esquerda, o grande mal deste país.

Se não é com "luta" que as coisas vão mudar e melhorar é com a adaptação? Foda-se, percebes tanto de História como eu de Física Quântica.

Mas explica lá onde é que sou retrogado, conservador e tradicionalista. Vá lá, tenta.

Sim, espero não me endireitar.

Unknown disse...

Ah, e a praxe tem muito mais haver com o Colégio Militar do que com Animação Socio-Cultural:
http://aterceiranoite.wordpress.com/2009/03/01/espectro-de-lippe/

Anónimo disse...

Agora vou fazer de conta que sou um gajo a sério, um revolucionário, um não endireitado. Olha, vamos fingir que estou também na Faculdade de Letras, OK? Estou a ouvir Buena Vista Social Club e estou a fumar tabaco de enrolar. Ah e tenho vestido umas calças ranhosas, uma camisa de flanela e tenho a barba comprida! (Querido Y, já sei que vais responder, num parágrafo, que isto são esteriótipos e que tenho a mente fechada)

Vamos lá então..

O que preciso, ao certo, de fazer para ser um revolucionário? É que para a semana estou de folga e dava-me jeito fazer um golpezinho de estado! Será que é possível? Olha, tenho um tio que é Sargento do Exército. Ele pode arranjar G3 e granadas para matar em nome da Revolução!

Agora a sério, onde me posso inscrever? É preciso pagar?

Saudações Centristas, Camaradas!

PS: Sim, tenho um problema com a Esquerda. Não porque ela incomoda pessoas como eu, o meu estilo de vida e a minha mente capitalista, mas sim porque sou contra qualquer tipo de ideologias extremistas.

Enquanto o Y se diverte a salvar o mundo e a lançar pragas sobre os filhos dos ricos (tiveram a culpa de nascer ricos, por isso têm de partilhar o dinheiro com drogados, ladrões e a merda toda), eu vou seguindo o meu caminho. E daqui a uns anos talvez eu contrate o Y e lhe um contrato de trabalho precário. Vou explorá-lo, a ele e a todos os preguiçosos que preferem lutar em vez de trabalhar.

(agora também vais dizer que o CBA só quer permanecer no seu cantinho elitista e não quer saber do resto. Pois claro que não. Tive o previlégio de nascer numa família que me pode gaerantir um futuro através de estudos. Devo lamentar? Ou aproveitar?)

Ah e isso da História.. bem, esse é um argumento estúpido dado que não podes prever acontecimentos com base na história. Sem querer esticar muito o assunto, o sistema apenas absorve o comportamento desviante. Tira o que há de melhor e adapta-se. O exemplo mais nítido foi a revolução no pensamento da sociedade jovem e da cultura pop, nos anos 60, que culminou com o Maio de 68. Não acredito que haja uma "luta" que acabe em Revolução ou total aniquilação da burguesia, como dizia um grande cromo, antes da Filipa começar a comentar. O que acredito é que a sociedade vai evoluindo e tirando bocados de tudo o qu8e se desvia do normal. E como vocês não pretendem participar na mudança (querem quebrá-la totalmente) só têm "ideias cliché" tipo aborto, drogas, eutanásia, Estado (que deve estar em todo o lado, se possível)e casamentos gay.. tudo bem, são importantes. Mas não há propostas concretas a nivel da economia, da justiça, saude ou agricultura. É só economia regulada, saude garantida a 100% pelo Estado, justiça (desde que sejas do Partido) cega e agricultura confiscada. Há um conjunto de idiotices a nivel da percepção macroeconómica (percepção que não existe, simplesmente) como a nacionalização da Galp, EDP e REN, aumentos irresponsáveis de salários, aumentos de salários mesmo com produtividade a descer, mais subsídios para ladrões e drogados, e casas para bandidos (ou excluidos, desculpem)..

Enfim, acabo sempre por me perder e desorganizar tudo.

Outra: por que é que em Portugal são proibidos partidos de extrema direita que apelem à discriminação racial e não são proibidos de extrema esquerda que apelam a luta, revolução e combate?! Na história recente, mais propriamente durante a guerra fria, os maiores golpes de estado, crimes contra a humanidade e opressão foram obra da esquerda..

Sem mais (paciencia),

CBA

Com amor e dedicação <3

Anónimo disse...

Ser de extremos é sempre mau, seja de extrema direita ou de extrema esquerda. Não é saudável.

Quanto à praxe, tenho pena de já não estar no meu ano de caloira, quem me dera ser praxada outra vez. Para o ano vou-me voluntariar como caloira infiltrada, é muito mais giro estar daquele lado! Talvez até ganhe uma t-shirt e um almoço :D

Não sei em que universidades andaste mas tenho pena de ti por nao te conseguires divertir e ser criança uma última vez antes de entrar na realidade dura que é tirar um curso.

Anónimo disse...

Já agora, enquanto caloira de uma tuna, adoro a minha tuna e adoro as minhas irmãs caloiras. Sim, irmãs, e não unidas pela praxe, mas pelo espírito de equipa, pela música e pela amizade. Quanto à praxe, tambem adoro ser praxada com as minhas irmãs caloiras, seja porque razão for ou seja que praxe for.

Podes achar que sou estupida ou masoquista por pensar assim e gostar da praxe e de ser praxada, eu penso que tu és uma pessoa triste, provavelmente com a mania que é melhor que os outros e que pensas ser demasiado bom ou importante para fazeres alguma coisa divertida em público, mesmo que seja ridiculo aos olhos dos outros. Estou-me a borrifar o que as outras pessoas pensam se me virem correr à volta da fonte a gritar parvoíces, eu faço-o porque quero e porque gosto e tenho pena que não consigas ver o lado divertido de ser criança de vez em quando.

Devias experimentar qualquer dia, fazer algo sem medo de ser julgado pelos outros e sem medo de parecer ridículo em público. Talvez aí ficasses a perceber um bocadinho do que é a praxe.

Unknown disse...

Vamos por partes...

CBA:
Sim, são estereótipos. Que mais te posso dizer? Se queres parecer ridículo e misturar Buena Vista Social Clube com um look grunge estás à vontade.

O teu parágrafo seguinte também me deixa algo perplexo. Sei que estás a tentar gozar de alguma forma, mas os Monty Python não te correm nas veias.

Tu não és contra ideologias extremistas, até porque tens ideias bastante extremistas em relação aos imigrantes, por exemplo. O que te aborrece é tudo o que fuja à tua norma e ao que te parece ser normal. O sistema capitalista, para ti, é uma maravilha porque permite as pessoas subir e descer de classe consoante o seu esforço e mérito. Mas pensar assim é ignorar todos os factores sociais e económicos que tornam isso praticamente impossível para uma boa parte da população.

Não lanço pragas aos filhos dos ricos. Se tens possibilidades de tirar um curso graças ao apoio dos teus pais parece-me fazer todo o sentido que aproveites isso. Isso parece-me natural e qualquer pessoa, com o mínimo de bom senso, fará isso. E tu sabes muito bem que não é isso que está em discussão, mas dá-te jeito tentar seguir este caminho na discussão a ver se ganhas uns pontos. Azarito.

Essa partilha de capitais dos ricos com os pobres (que são, claro, uns drogados que nada fazem) é nova. Estás a falar do pagamento de impostos? Estás a falar do que?

Sabes que não te fica muito bem dizeres que aproveitas as possibilidades que a tua família te dá para estudares (coisa que não tenho nada contra) e depois dizeres que um dia me irás explorar porque sou preguiçoso e não quero trabalhar. Ainda que eu trabalhe 6 dias por semana, tão preguiçoso que sou.

O teu parágrafo sobre História também faz pouco sentido. Grandes alterações sociais como o 25 de Abril de 1974 não se fizeram por mera adaptação, foi um conjunto de factores que levaram ao golpe de estado. Esse só foi possível porque existia uma resistência anti-fascista por parte de vários grupos organizados, onde se destacava o PCP. Essa resistência representava a vontade do Povo, que era o fim do Estado Novo, e principalmente, o fim da Guerra Colonial. Várias das liberdades e direitos que existem actualmente tens graças à Esquerda - e não à Direita. Por mais que te aborreçam os sindicatos e os partilhos de trabalhadores foram estes que obrigaram a burguesia a alterar o sistema para algo, digamos, mais democrático.

O Maio de 68 em França foi algo diferente. Não teve grandes resultados políticos nem culminou numa alteração da sociedade, mas influenciou de uma forma relativamente profunda a cultura francesa, para além da europeia. O mesmo se pode dizer dos movimentos sociais nos anos 60 nos EUA ou com a Primavera de Praga. 1968-69 foram anos de grandes alterações culturais, sim. Mas isso é outro assunto...

Estares a menosprezar que a Esquerda apenas defende o IVG (que finalmente foi legalizado, como em quase toda a Europa!), as drogas leves (como se se falasse tanto nisso), os casamentos entre pessoas do mesmo sexo (algo cada vez mais aceite pela Europa fora e que até tem sido mais discutido por ser uma nova bandeira do PS), a eutanásia (muito pouco discutida em Portugal) e o papel do Estado. Claro que as nacionalizações só funcionam para salvar bancos, e não para o Estado controlar empresas que são serviços públicos (Galp e EDP, que tiveram lucros consideráveis). Mas isso já tu não queres ver, ora essa!

Aumento dos salários? Claro, porque é normal termos um dos salários mínimos mais baixos da Europa, um dos salários médios abaixo dos salários mínimos da Europa, e tudo o mais. A população portuguesa deve manter-se pobre, as empresas é que têm de crescer à custa do trabalho dos pobres. Faz todo o sentido, pois claro.

Essas dos subsídios para os "ladrões" e "drogados" acho que nem merece resposta. Tu não queres ver, nem resolver, os problemas sociais. Quando se agravam a solução é maior policiamento e um aumento da repressão sobre a população mais vulnerável.

Legalmente os partidos de extrema-direita são proibidos, mas o PNR anda por aí... Mas se fores consultar os programas políticos do PCP e do BE não lês nada sobre uma revolução armada. São partidos de esquerda anti-capitalista, mas completamente reformistas. Ilegalizar tais partidos seria ridículo e seria menosprezar o papel que tiveram antes do fim do Estado Novo. A extrema-direita é que fez merda em Portugal, não foi a Esquerda.

E sobre os crimes praticados pelo mundo fora acho que ninguém pode falar de consciência leve. O capitalismo e as democracias liberais são responsáveis por tantos genocídios e crimes contra a humanidade que é melhor nem irmos por aí...

Filipa:

Eu não preciso da praxe para me divertir uma última vez. Eu divirto-me, enquanto tiro o curso, enquanto não tiro o curso. Não preciso disso para nada. Que tu não queiras perceber que não vi apenas casos isolados de praxes de merda não tenho culpa. Conheço bem as praxes da Lusófona, de Letras e da ESELx; e conheço razoavelmente noutras tantas faculdades. Mas eu sou estúpido? Já vi claras e nítidas agressões e ameaças, vi pessoas a chorar e vi pessoas que tinham medo de dizer "não quero".

Não tenho paciência para continuar a repetir que conheço bem a realidade das praxes em Lisboa só porque tu não queres acreditar. Que te tenhas divertido acredito, nem ponho isso em causa, mas continuo a achar que a praxe é um problema social cada vez mais grave. É que pior que os abusos é ser considerado normal e as pessoas gostarem de serem abusadas.

Eu já nem sei o que dizer em relação ao ridículo que vem no teu último post. Para ti só há uma forma de divertimento que é a praxe. Isso sim é que é limitado! Se te divertes com as tuas irmãs (qualquer dia começas a falar em rebanho...) e só fazes isso tudo bem. Eu, acredita, não estou preocupado com o que as pessoas pensam de mim. Divirto-me em público e em privado, ora bolas! Não gosto é da praxe porque viola todos os meus princípios, viola os direitos humanos e porque acho que é um grave problema social.

E isso nada tem haver com o facto de eu ser uma pessoa divertida ou não... (e até sou, ora)

Anónimo disse...

Que resposta ridícula e contraditória. Mal de mim se só me divertisse com a praxe ou com as minhas irmãs caloiras, pensei que isto era uma discução acerda da praxe e não sobre o que faço ou não para me divertir, mas enfim.

Eu falo nas minhas IRMÃS caloiras porque é isso que somos, irmãs, para o bem e para o mal, estamos lá quando alguma de nós precisa. Se calhar nunca tiveste um grupo de amigos assim e portanto tens alguma dificuldade em perceber a diferença entre irmãos e ovelhas, dou-te um desconto por isso.


"Que te tenhas divertido acredito, nem ponho isso em causa,(...)" - e no fim do mesmo paragrafo - "É que pior que os abusos é ser considerado normal e as pessoas gostarem de serem abusadas."

Ora, não pões em causa que eu me tenha divertido, mas "o pior" é que eu goste de ser abusada!?simplesmente contraditório e ridículo, para alem do facto de não ter sido abusada, mas isso tu não consegues compreender de modo que nem vale a pena tentar ir por aí.

Já agora, eu estou no IST e estou a tirar um mestrado em Eng. Biológica, conheço bem a praxe dos vários cursos, a praxe da tuna feminina do instituto e tambem um bocado da da tuna masculina. Não sei porque sítios andaste mas até hoje não vi ninguem chorar ou com medo de dizer não. Conheço alunos que se declaram anti-praxe, simplesmente porque não era para eles, não percebo porque não se limitam a fazer o mesmo, tanto tu estás no direito de não gostar como nós estamos no direito de gostar de ser praxados. A _LIBERDADE_ funciona para os dois lados. Se calhar tambem se devia mandar prender todos os masoquistas de Portugal, eles gostam de dor e eu não gosto, o melhor é acabar com eles, ainda contagiam alguem com as suas excentricidades.

Anónimo disse...

Caro Y, se o teu problema é eu ser contra a Esquerda, digo-te mesmo que é. A questão da praxe é só mais um pau de lenha na fogueira.

O tal povo que escreves com letra grande, deve ser o povo que se escondeu no Novembro de 1975. Afinal esse povo preferiu a democracia à ditadura. Ou achas mesmo que estaríamos melhor se Portugal se tornasse comunista?!

Ao contrário do que queres pensar, eu não tenho preferências partidárias, e muito menos de esxtrema direita. Apesar de já ter estado ligado ao BE, isso só me serviu para perceber realmente quem está por trás da máquina elitista parlamentar do BE. E estou muito indeciso em que partido votar, enquanto tu votas por revolta (ou não votas e depois vens dizer mal).

Na generalidade, pensam que nós (capitalistas) só nos divertimos com coisas politicamente correctas e nunca fugimos muito do habitual, tipo estar engravatado e com pressa. Eu posso ter um aspecto alternativo, posso ter ideias diferentes (mesmo sem que as mesmas sejam extremistas), posso foder em locais públicos, fumar erva e mandar o Sócrates para o caralho, POSSO APROVEITAR A MINHA JUVENTUDE! Mas sei que não vou ser o coninhas de esquerda que distribui papelinhos com palavras de ordem e apela aos jovens para se mobilizarem! Lol mas mobilizarem para quê? Foda-se, é preciso ser tapadinho! Contribuem para o atraso do país e são uma verdadeira praga!

Não querem trabalhar para os exploradores? Pois bem, lancem-se sozinhos! Peçam um microcrédito, tenham uma ideia boa, juntem-se e criem algo que se veja! Aí serão os donos do vosso destino! Ou pensas que quero trabalhar para os cabrões que me pagam mal e me despedem se não cumprir à risca o que me dizem? Foda-se, posso acabar assim, mas tenho a certeza que vou tentar ser empreendedor e construir algo com o qual me possa orgulhar no futuro!

Um aparte: isso dos salários transparece ignorância e burrice pura. Se não percebes um caralho de economia, cala-te! Aqui ficam algumas dicas para medir a riqueza e/ou o bem estar de uma população: PPC (paridade do poder de compra); PIB per capita; IDH.

Já tens os mais básicos, que devem chegar para ti.

Unknown disse...

Filipa:

Claro que não está em discussão o que tu fazes para te divertir, não tenho nada haver com isso. Mas se não queres que isso seja discutido não utilizes apenas o teu exemplo.

Acho que tu não percebes o que significa contraditório. O que eu disse não entra em contradição, ou seja, não ponho em causa o facto de te divertires, mas isso preocupa-me (não o teu caso em concreto, mas na generalidade). Preocupa-me as pessoas gostarem e divertirem-se a praxar e a serem praxadas. Não tenho de dizer como as pessoas se devem divertir, naturalmente, mas posso ficar preocupado com esse problema social. Mas sim, para mim a praxe é um abuso por si, não a vejo de outra forma.

O final do teu último parágrafo é simplesmente ridículo. Pintas-me como se fosse autoritário embora nada tenha dito de autoritário. Não concordo com a praxe e acho que é um problema social e um grave problema na nossa escola, e sim, acho que deve acabar. Não acho que deva ser propriamente proibida, eu espero é que a maturação e evolução da sociedade faça com que ela simplesmente acabe porque deixa de fazer sentido. Isto não é ser autoritário nem ir contra a tua liberdade...

Mas eu já vi praxes na FLUL, na ESELx, na Lusófona, no ISCTE, em Medicina, em Ciências, na FCSH, na Cantina Velha da UL, na Cantina do ISCTE, na Cantina do Pólo Universitário da Ajuda... Vi isso tudo em todos esses sítios. Não ando a inventar...

CBA:

Não sei se estaríamos melhor se o PREC tivesse avançado, dependeria também de factores externos (como a influência da URSS, que poderia ser bastante negativa). Sei é que como isto está agora é uma merda, e que há alternativas melhores.

Lá estás tu com suposições, sabes lá como voto ou se voto. E que interessa isso na discussão? Eu voto, e não é no BE. Se tu estás indeciso? Tudo bem... É me irrelevante, as tuas ideias é que me preocupam.

É me irrelevante se te vestes de forma alternativa, se fodes em público e se fumas erva. Não interessa rigorosamente nada para esta discussão... Tal como distribuir panfletos com palavras de ordem é uma coisa básica de se pensar, como se um movimento ou uma acção fosse só isso. Deves ter estado muito próximo do BE, vê-se...

Ainda não percebi porque é que "nós" contribuímos para o atraso do país. Pela tua descrição a única coisa que fazes é aproveitar a tua juventude (e eu acho muito bem), não vejo é como isso faz o país andar para a frente (e o que é isso, de facto?). E mais uma vez é preciso repetir que quem tem estado no Governo desde 1975 é apenas a Direita?

O microcrédito não é esse paraíso que pensas. 30 casos de sucesso nos últimos anos, é uma coisa que funciona num país com uma população de 10 milhões de pessoas e 500 mil desempregados... Mas ao menos concordamos numa coisa: não queremos ser explorados.

De facto, economia não é o meu forte. Mas lançares três siglas com esperança de conseguires argumentar alguma coisa não te fica bem. Mas parece-me simples pensar que lá em cima há gente com muitos lucros e cá em baixo os salários não chegam para ter uma vida decente. Como é que vais medir isso?

serraleixo disse...

eheh! Também gostei da lição da economia. Então pronto: Não só temos os salários mais baixos da Europa, como temos o PIB a PPC em dólares mais baixo da Europa, o PIB per capita mais baixo da Europa e o Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo da Europa e têm vindo a descer... "Porreiro, pá!"
Obrigado pela informação CBA, mas diz-me uma coisa queres então construir um país melhor mas continuando por esta mesma estrada, é?

Filipa disse...

CBA, não vale a pena continuar a discutir com estes tipos. Se tu leres os posts do forum vais ver que também são a favor da anarquia, acham que pintar paredes é bonito, falam de acidentes que se dão em tempo de praxe, mesmo que não tenha nadaa ver com as mesmas e falam nisso como se as praxes é que tivesse mcausado tal coisa, para além de compararem as praxes com as touradas (não é uma comparação, é um post onde apenas têm um excerto de uma entrevista em que dois toureiros falam das praxes nas escolas de tauromaquia) que até era a razão inicial de eu ir responder, entre outras coisas. não vale mesmo a pena.

Unknown disse...

Minha cara Filipa,

Que tu não saibas discutir e debater é uma coisa, que venhas com acusações é outra.

Eu tenho respondido constantemente às tuas mensagens. Normalmente até o faço parágrafo por parágrafo, coisa que tu não fazes. Pegas numa coisa e tentas ir por aí com clichés habituais. E mais nada, é essa a tua capacidade argumentativa.

A comparação das praxes com as touradas não é inocente. O texto é relativamente claro, e fala claramente de praxes. Da mesma forma que aqui nada vês a defender o Anarquismo (ainda que os Anarquistas, felizmente, são anti-praxe). Mas primeiro o problema é sermos todos Comunistas, agora é sermos Anarquistas. Não se pode é ser simplesmente anti-praxe e achar que a praxe é um problema social.

Os "acidentes" que tu falas não são isso. Não sei como se corta um escroto acidentalmente, nem sei como se viola uma rapariga acidentalmente. Tu sabes? (vá, responde lá a isto, já que me acusas de ignorar boa parte do teu texto)

E já falámos sobre pintar paredes. Faz todo o sentido pintarem-se paredes, sempre se pintaram. Tal como sempre se colaram cartazes. Não é só o MATA que faz isso, tanto movimento, associação, organização, partido político (da Direita à Esquerda) e associações de estudantes fazem isso!

É que, minha cara, hipócrisia é coisa que eu não suporto. Se queres desistir de discutir desiste, mas deixa-te lá de lamentos.

Filipa disse...

1º de tudo - Tenho respondido em parágrafos caso não tenhas notado, todos espaçados entre si para tornar a leitura mais fácil, não sei que posts andaste a ler mas se calhar enganaste-te.
Em relação ao teu ultimo post que eu não respondi porque não me apeteceu e tinha coisas mais interessantes para fazer:

"Claro que não está em discussão o que tu fazes para te divertir, não tenho nada haver com isso. Mas se não queres que isso seja discutido não utilizes apenas o teu exemplo." -- WTF!? É suposto usar os exemplos de quem? Uso os meus porque são aqueles que experienciei e sei que são reais, sem acrescentos ou exageros à mistura. Falo das minhas experiências porque posso falar delas com certeza, ou é suposto estar a dizer que um amigo de um amigo meu também se divertiu nas praxes? Seriously man, you have a problem...

A frase que digo ser contraditória, é contraditória e ainda por cima está mal escrita... Para um professor do ensino superior na área de letras tal erro não deveria ser admissível...

Toda a gente vê as praxes no início de Outubro, não estou a ver qual é o grande problema social uma data de adolescentes a correr à volta de uma fonte a gritar o nome da faculdade ou até (que horror!!!) de joelhos no chão. Nunca vi as praxes das faculdades de que falas, mas duvido seriamente que tenhas visto alguém a fazer qualquer brincadeira com objectos cortantes ou a rapar pelos púbicos a caloiros.

Relativamente ao teu ultimo post:
A comparação não é entre as praxes e as touradas, é entre as praxes de uma escola de tauromaquia e as praxes académicas. Que não vejas as diferenças entre as duas não tenho culpa, mas aqui fica a principal: numa escola de tauromaquia, se não passas pelas praxes então sais da escola, i.e. não são OPCIONAIS, enquanto que as académicas o são. Não vou começar a falar das diferenças em termos de violência e higiene porque não tenho nem paciência nem tempo para isso.

Têm posts que incitam à anarquia, como este http://blogdomata.blogspot.com/2008/04/que-respondes-tu.html

Se existem casos de violação ou de escrotos rasgados então não é praxe, é violência, infelizmente existe gente que não sabe a diferença. Lê o código de praxe de várias universidades e aí a gente fala sobre a praxe a sério e não sobre os criminosos que se auto-intitulam seres praxantes.

Se quiseres pintar paredes pinta as da tua casa, as do Estado são tanto tuas como minhas, não tens o direito de as estragar sem a autorização do Estado (que É propriedade privada), do povo. Seja que movimento for a pintar paredes, é feio e deviam ter vergonha na cara por andarem a estragar as coisas que não vos pertencem só a vós.

Esse argumento do "sempre se pintaram" também o posso usar para as praxes, sempre se fizeram, portanto faz todo o sentido praxar e ser praxado.

Não fui em sítio nenhum hipócrita, se calhar devias consultar o teu dicionário mais vezes.

Anónimo disse...

Bolas que grandes testamentos!!
Assim é que é, debate vivo.
Ora bem, eu sou anti praxe, nunca fui praxado nem nunca quis ser, não é preciso bater com a cabeça na parede para saber que doi; sempre lutei contra a mare contra aquilo que considero errado, argumentando como aqui se tem feito, e aceitando as posições diversas as minhas (mas nao concordando obviamente).
Acho que á coisas na praxe que a maioria das pessoas nao consegue nem quer ver, não sao so os abusos, é a lavagem cerebral de aceitaçao incondicional das hierarquias, o nunca questionar os superiores, razão pela qual vivemos no atraso em que vivemos a nivel social e economico, comparativamente com outros paises da UE; o progresso faz-se com trocas de ideias, e com posiçoes assertivas e cedencias de parte a parte.
A praxe como espelho dessa ideologia retrograda não deveria ter lugar em qq parte da sociedade, quanto mais em instituiçoes de ensino superior, que formam os futuros quadros do pais.
Sou assumidamente de esquerda, social democrata para ser preciso (e se perceberem minimamente de politica saberao que nem o PSD é social democrata nem o PS é socialista) e neste momento nao me revejo em nenhum dos partidos portugueses, mas sim tenho simpatias tanto pelo bloco como pelo ps.

Anónimo disse...

Acho que tu, "Voice_Of_The_Opressed", deves ser o primeiro anti praxe moderado. Eu não sou a favor ou contra a praxe. A praxe, simplesmente, é-me indiferente! O que me irrita realmente é a forma de expressão utilizada para lutar contra o que quer que seja! E essa forma é a pura linguagem pseudo revolucionária da extrema esquerda.

A Filipa tem insistido, e bem, na inocência da praxe. Todos os caloiros têm a perfeita noção de que os laços não se desenrolam como na praxe. É óbvio! A praxe representa uma tradição. Se essa tradição é a tradição académica (mais as tunas, os grupos de teatro, as AE, e outros tais), então ela deve ser mantida! Se a santinha estiver a passar na terrinha, não faz mal. Come-se cabrito ou peru no natal, não faz mal. Os putos mascaram-se no carnaval, não faz mal. Agora a praxe e a tradição académica já tem? Eu sei que a esquerda pretende acabar com todos os traços tradicionais de um povo e tratá-lo como máquinas (como os chineses tentaram fazer, com as consequencias que se conhecem), mas aplicar isso num país extremamente apegado à sua tradição? Nem pensar! Eu estou completamente nas tintas para religião e tradições (sou ateu e acho as festinhas uma palhaçada) mas não quero quebrar a tal tradição na vida das pessoas! Como dizia a Filipa, e bem, sou contra uma coisa e, por isso, tenho de lutar contra ela? Não somos livres para escolher? Ou vão-me dizer que os caloiros não têm opção?!

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Eu apareço aqui como um ser desprezivel. O CBA é limitado, é capitalista, é elitista, vive no seu cantinho, etc etc etc..

Então eu vou dizer-vos quem é o CBA!

O CBA:

1) Não é de direita
2) É, no verdadeiro sentido da expressão, social democrata. Se bem que gosta de perceber o que cada partido oferece de bom (PC está excluido porque se encontra desajustado, na minha opinião, apesar do enorme mérito durante o estado novo)
3) Preocupa-se muito com questões sociais
4) É aberto a todo o tipo de ideias novas e formas de pensas diferentes (DESDE QUE ESTAS NÃO SEJAM BASEADAS EM POSIÇÕES EXTREMISTAS)
5) Não é conzento, monótono nem triste. É alegre, tem montes de amigos (com várias opiniões e posições) e é feliz
6) Adora política e adora debater sobre ela
7) Não é burro nem ignorante. Tem uma grande cultura geral (nem sempre demonstrada neste blog) e é um grande adepto dos debates acesos, da discussão de ideias.
8) Economicamente é Liberal. E o que significa isto? Trata a economia como uma ciência; é pela livre concorrência; defende a lei da oferta e da procura
9) Tem a capacidade para ver os defeitos e virtudes daquilo que defende (porque nada é inteiramente válido e correcto)
10) Tem a consciência de que, às vezes, é preciso sacrificar de um lado e beneficiar do outro (grande multinacional em Portugal está com dificuldades. Trabalhadores são extremamente intransigentes e não querem reduzir horas, nem baixar salários. Está-se mesmo a ver: Carvalhos da Silvas, Louçãs e Jerónimos a criticar o capital estrangeiro. Há poucos dias foi anunciada uma unidade de produção não sei bem do quê perto do autódromo do Algarve, com capital estrangeiro. Onde estão os mesmos do costume? Caladinhos, pois claro. Porque se não forem os estrengeiros não vamos lá sozinhos lol a isto chama-se, por exemplo, cinismo)

Bem, isto é o geral. Como viram, o CBA é um tipo igual a muitos vocês. Apenas tenta, em vão, fazer com que tipos como o Y percebam que não é assim que se muda nada(se o Y ganhasse €5.000 por mês, mais carro, cartão de crédito e seguro de saude, e a gerir uma empresa cujas vendas crescem 20% ao ano, ele estaria aqui a dizer o que diz?! É como as pitas: GANDA LOL)

PS: alguem aí disse que o CBA não percebia um caralho de economiae que os indicadores que sugeri tambem punham Portugal na cauda.. bem, eu disse indicadores conhecidos, nada de especial, apenas para não se ver os salários reais como riqueza de um país.

a) Portugal tem vindo a tornar-se um país mais competitivo e mais atractivo
b) A burocracia tem vindo a ser, com sucesso, reduzida
c) Estamos em 11º lugar (ou perto disso) no ranking dos paises mais tecnológicos do Mundo
d) Só um otário poderia concordar em subir os salários quando a produtividade desce (ridículo o que a demagogia defende). Ora então, aumentam-se salários. E fecha-se a empresa porque esta não resiste aos elevados custos com pessoal.. bem, é tão ridículo que nem vale a pena dar exemplos ou discutir.
e) Portugal não está mal. Temos 30 anos de mercado livre e se virmos aqueles que estavam connosco na cauda (UE15) como Espanha, Grécia e Irlanda.. bem, um por um:

ESPANHA: desemprego de 20%; 12% da economia espanhola vinha da construção e construiram-se mais casas em Espanha do que nos EUA em 2007 (como é possivel?!). Rombo gigante por causa de casa a mais; em 2 anos passam de excedente orçamental de 3% (ou perto) para deficit

IRLANDA: Deficit orçamental de 12%!!! Portugal, que já está a exagerar, deve ficar com 4.9%; Banca de rastos e recessão agressiva

GRÉCIA: Tão mal que corre o risco de entrar em incumprimento (não pagar o que deve, devido aos sucessivos deficits orçamentais); crises sociais devido ao desemprego jovem (um flagelo)

Estou cansado de escrever, porra!

Saudações de uma coisa qualquer. Benfiquistas, por exemplo

Anónimo disse...

Bem, nao podia deixar de responder, primeiro politicamente e depois sobre a praxe em si.
De facto portugal esta muito melhor do que estava, nalguns aspectos, mas esta tambem bem pior no que a outros concerne, caso das mentalidades colectivas e das desigualdades; acredito acima de tudo que as revoluções se fazem em 1 lugar na cabeça das pessoas, vejam-se os exemplos de luther king e de ghandi, mas se tal nao resultar e em casos extremos a força pode ser tambem uma solução embora seja a menos honrada; eu sou assumidamente de esquerda porque me preocupo bastante com as questoes sociais, assim como creio que o estado deve ter um papel activo na sociedade, mas tal nao significa que nao deva haver mercado livre, o investimento individual é a expressão da liberdade individual assim como as manifs, a musica, a arte...agora tem é de ser controlada, regulamentada coisa que nao se tem feito como deve de ser, é preciso eliminar as grandes fortunas para criar uma classe media que seja a "classe" ou seja uma sociedade onde as pessoas tem o minimo para subsistirem, e para viverem com dignidade, felizmente que vivemos na europa e nao nos states, e o modelo social europeu, apesar de atacado por todos os lados tem subsistido, esta é a minha posiçao politica.Ja agora, se és a favor de uma liberdade de mercado, sem regulamentaçao então seras neoliberal e nao social democrata, pois neste momento nem o partido socialista portugues já é social democrata, o bloco tem varias personalidades la dentro (ana drago, miguel portas, daniel oliveira) bem mais perto desse espectro politico.
Quanto á praxe, inocencia é coisa que acho que nao tem, tambem sou contra as tradições que abusam de qq modo do seu estatuto para imporem as suas ideologias (touradas, praxes) e que implicam sempre sofrimento seja de animais ou pessoas; nao sou assim tao velho, mas ainda sou do tempo em que o ppl na basica e secundaria nao tinha praxes, e o pessoal conhecia-se todo e criavam-se amizades com base nas conversas, e em interesses mutuos, é assim que se criam amizades saudaveis, afirmo-o com veemencia pois ja estudei o assunto (sou um dos de ciencias sociais, psicologo) e a praxe é uma sumula de sentimentos e estereotipos que deveriam ser discutidos, nao so pelos abusos a que dão azo, mas pela essencia da praxe em si que se resume, para mim deste modo: hierarquia, frustração, dominio.
Não seria mais saudavel e divertido realizar jantares, ter as festas tipicas para os novos alunos (nao reconheço o termo caloiro, se esta na univ entao é universitario independentemente do ano) com os alunos mais velhos a guiarem os recem-chegados pelo campus mostrando os lugares de interesse tais como a cantina? Axo sinceramente que sim.

Anónimo disse...

Quando falo em liberal refiro-me à filosofia geral do modo de funcionamento da economia. Concordo com o mercado livre, regulamentado e gerido pelo Estado em sectores que garantam a integridade do Estado (justiça, defesa e segurança). Outros sectores como saude, educação e agua, por exemplo.. bem, para definir isso seriam necessários mais dados e mais reflexão. Se há uns que concordo, em princípio (saude e educação), outros, como aguas, electricidade ou saneamento, dependeriam da avaliação em cada país, pois cada caso é um caso.

Para terminar, para mim, e como não gosto de grandes subdivisões e grandes conceitos, liberal entra em oposição com o proteccionismo. É pouco correcto. Há imensas correntes de orientação e formas de encarar a economia, mas a palavra "liberal" foi utilizada no sentido de economia aberta (apesar de a social democracia poder ser considerada liberalismo com um pouco mais de Estado, são conceitos diferentes).

Filipa disse...

Amanhã, dia 21 de Março, para quem quiser ver o que são tunas a sério e que a música das tunas não é assim tão má, XIV TUIST no Coliseu dos Recreios, pelas 21h... Quem quiser que se apresse a comprar bilhetes que o coliseu está praticamente esgotado... o que prova que há muita gente a gostar de tunas!

Anónimo disse...

Y:

PraxeSSSSSSS na Lusófona?? mas há praxe na lusófona?