O MATA ainda não matou ninguém. Nem está a pensar fazê-lo. O nome, que alguns tanto acusam de ser agressivo, mostra a vontade que um pequeno grupo de estudantes teve de provocar alguma agitação nas águas estagnadas (senão regressivas) do meio universitário no início dos anos 90. É interessante pensar que os mesmos que tanto se indignam com a agressividade da palavra «mata» são os mesmos que insistem que as praxes e a tradição académica são dóceis brincadeiras e que quem não precisa delas é porque não gosta de brincar.
Mais de dez anos já passaram desde o início do MATA. Com o agravar da apatia das gentes que nos rodeiam e das aparentemente imparáveis correntes de massas sonâmbulas, sentimos cada vez mais a necessidade de lançar gritos dissonantes, de afiar bicos que rebentem as bolhas em que vivemos e de dizermos o que pensamos sem medo de ferir consensos e incomodar os poderes.
A luta contra a praxe não é para nós um fim, por si só. Se nos indignamos com ela e com os trajes negros em que roçamos ao passar nos corredores da faculdade e na rua, é porque a chamada “tradição académica” não sabe ser senão um veículo dos valores mais conservadores, sexistas, autoritários e passadistas que pode haver. Em vez disso, gostávamos de encontrar nas faculdades mais espaços de discussão sobre o que aí se passa e o que se passa no mundo, sobre aquilo que interessa às pessoas que nelas vivem várias horas dos seus dias. Em vez de organizar praxes, preferimos organizar actividades em que todos se sintam iguais com as suas diferenças e onde possamos criar objectos que reforcem o nosso desejo de mudar as nossas formas de estudar, de nos divertir e de viver.
Partindo dessa vontade, o MATA já criou, colou e distribuiu centenas de cartazes e panfletos e pintou dezenas de murais, já organizou vários debates e duas festas (sem quaisquer patrocínios de cervejeiras ou outras empresas!) e editou oito Toupeiras, um vídeo e o cd Não resistir só e não só resistir, que junta as músicas de várias bandas pouco tradicionais que continuam a não querer acomodar-se. Descobrimos que para fazer coisas basta ter mãos e cabeça, e vontade de não estar sozinho. Agora que o sabemos, experimentem dizer-nos para parar!
Mais de dez anos já passaram desde o início do MATA. Com o agravar da apatia das gentes que nos rodeiam e das aparentemente imparáveis correntes de massas sonâmbulas, sentimos cada vez mais a necessidade de lançar gritos dissonantes, de afiar bicos que rebentem as bolhas em que vivemos e de dizermos o que pensamos sem medo de ferir consensos e incomodar os poderes.
A luta contra a praxe não é para nós um fim, por si só. Se nos indignamos com ela e com os trajes negros em que roçamos ao passar nos corredores da faculdade e na rua, é porque a chamada “tradição académica” não sabe ser senão um veículo dos valores mais conservadores, sexistas, autoritários e passadistas que pode haver. Em vez disso, gostávamos de encontrar nas faculdades mais espaços de discussão sobre o que aí se passa e o que se passa no mundo, sobre aquilo que interessa às pessoas que nelas vivem várias horas dos seus dias. Em vez de organizar praxes, preferimos organizar actividades em que todos se sintam iguais com as suas diferenças e onde possamos criar objectos que reforcem o nosso desejo de mudar as nossas formas de estudar, de nos divertir e de viver.
Partindo dessa vontade, o MATA já criou, colou e distribuiu centenas de cartazes e panfletos e pintou dezenas de murais, já organizou vários debates e duas festas (sem quaisquer patrocínios de cervejeiras ou outras empresas!) e editou oito Toupeiras, um vídeo e o cd Não resistir só e não só resistir, que junta as músicas de várias bandas pouco tradicionais que continuam a não querer acomodar-se. Descobrimos que para fazer coisas basta ter mãos e cabeça, e vontade de não estar sozinho. Agora que o sabemos, experimentem dizer-nos para parar!
2 comentários:
É assim mesmo!
Vamos deixar o pensamento individualista e sobretudo comodista dos estudantes que pensam sem Pensar.
É incrível a recusa que existe (por parte dum pensamento supostamente inovador e criativo, que ademais caracteriza a camada juvenil de todas a culturas) nos nossos estudantes, pessoas iguais com raciocionios diferentes mas de direitos iguais, de ignorarem por completo a consciência que existe no si liberdade,de maltratarem de uma forma masoquista a sua honra e o seu (instito até) de auto-conservação.
É dificil muito dificil. Tão dificil como convencer um cego que não é preto o que ele vê mas sim a ausência do olhar.
Continuem o bom trabalho!
MATA JÁ!
Pois é, continuem o bom trabalho. Vocês e todos (os poucos) que continuam a fazer esse esforço hercúleo de mudar as mentes retorcidas. Mas temos de ser mais, muitos mais, por todo o país em todas as faculdades a combater esse amorfismo e microcefalismo que por aí anda. Juntemo-nos nós os que querem ser diferentes entre si e diferentes da massa uniforme que nos rodeia.
O caminho que esta humanidade percorre é tão obscuro que é pena sermos tão poucos os vêem e podem mudar de direcção.
Os outros: o pior cego é o que não quer ver!
Enviar um comentário