quarta-feira, 9 de março de 2011

Alunos do superior já pediram 150 milhões de euros emprestados

Dinheiro para a Banca!!! Aqueles a quem emprestámos dinheiro, porque fizeram merda da grossa, a juros baixíssimos e que agora nos cobram 7 vezes mais por nos emprestar aquilo que lhes emprestámos, estão também a lucrar por empréstimos que os nossos estudantes precisam de fazer para pagar o Ensino do Nosso Estado porque o Nosso Estado não tem dinheiro para investir nos nossos estudantes porque emprestou dinheiro aos Bancos para eles nos emprestarem. E se eliminássemos este intermediário desnecessário que é a Banca?
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 Notícia do Público de 7 de Março, por Samuel Silva

Quase 13 mil alunos recorreram à banca para pagar os estudos, um número que não pára de crescer desde 2007.

A linha de crédito a estudantes universitários criada há quatro anos já disponibilizou 150 milhões de euros a quase 13 mil alunos do ensino superior. O número vai ainda aumentar até ao final do ano lectivo e os responsáveis da sociedade que gere este fundo antecipam que a crise vá resultar num crescimento superior do número de créditos no próximo ano.

Desde 2007-2008 até ao final do ano lectivo passado, mais de 11 mil estudantes tinham recorrido a estes créditos especiais, o que representava um valor total de cerca de 127,2 milhões de euros. Os números referentes a este ano lectivo mostram que, até ao final de Dezembro, se registaram mais 1736 adesões, totalizando 22,2 milhões de euros.

Contas feitas, as 18 instituições bancárias que disponibilizam este serviço já emprestaram 150 milhões de euros aos estudantes. Estes números são ainda provisórios, uma vez que a empresa que gere esta linha de apoio, a SPGM, está ainda a recolher dados juntos dos bancos. Aquela entidade vai, até ao final do mês, publicar um relatório definitivo. As estimativas apontam para que, até ao final do ano lectivo, sejam contratados créditos que elevem estes valores para perto dos 180 milhões.

"Começa a ser um número significativo", avalia o presidente da SPGM, José Fernando Figueiredo, para quem estes valores revelam a "utilidade" do serviço [muito bem posto entre aspas. é útil para quem lucra, chato para quem se endivida]. "Estes 150 milhões não são fundamentais do ponto de vista do negócio da garantia mútua em Portugal, mas para nós são muito importantes, porque significa apoiar o futuro do país", considera o gestor.

O recurso ao crédito tem "uma distribuição regular ao longo do ano", revela Figueiredo, embora haja três picos de procura: o início do ano lectivo, o início do segundo semestre e a fase final da época de aulas.

Desde 2007, os créditos aos estudantes do superior têm tido um crescimento sustentado, registando-se quase quatro mil novas operações e cerca de 40 milhões de euros de novos créditos por ano. No entanto, o responsável antecipa um aumento "muito substancial" da procura dos empréstimos a partir do próximo ano lectivo. A responsabilidade é da crise, cujo "maior impacto vai começar a sentir-se a partir de agora", acredita.

Estudar as causas

Para as associações académicas, os 150 milhões de euros que vale já o mercado do crédito entre os estudantes universitários são um factor de preocupação. "O sistema de acção social está a falhar. Há um efeito de substituição, porque a acção social não está a chegar a todos os estudantes carenciados", denuncia o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Luís Rodrigues, que considera "sintomático" que o valor dos empréstimos ultrapasse já a verba que o Estado despende anualmente com as bolsas de estudo.

O presidente da Federação Académica do Porto, Luís Rebelo, concorda que há "milhares de alunos que estão a recorrer aos empréstimos como alternativa à acção social", mas lembra que há também os que vão à banca para poder "manter um nível de vida superior". Para conhecer quem são, de facto, os estudantes que recorrem aos créditos, aquela estrutura associativa vai lançar um estudo para avaliar o perfil dos alunos da academia do Porto que aderiram a este serviço.

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